FC Porto renovado, Sporting indignado e Benfica embalado. Com diferentes estados de espírito, os três grandes voltaram a vencer nesta 20ª jornada e, assim, com mais ou menos dificuldades, mantêm as diferenças pontuais no topo da classificação quando estamos a apenas duas semanas do clássico entre águias e dragões no Estádio da Luz. Uma jornada com 29 golos, três jogadores expulsos, tantos quanto os treinadores que foram obrigados a trocar o banco pela bancada, numa ronda que voltou a ter muito ruído em redor das arbitragens.
 
Comecemos, por ordem cronológica, por sexta-feira, dia em que o Vitória Guimarães recebeu bateu o União Madeira ( 3-1) para a quinta jornada consecutiva a somar pontos, num total de 13 num máximo de quinze pontos possíveis. Uma série impressionante, com a vitória sobre o FC Porto a meio deste percurso, que permite à equipa de Sérgio Conceição alcançar o Paços no quinto lugar e ficar a apenas seis do vizinho Sp. Braga na luta pela Europa. No D. Afonso Henrique ficou, assim, registada a primeira de três reviravoltas consecutivas. As outras duas estavam reservadas para sábado.


 
A primeira na Amoreira, onde o FC Porto entrou a perder, consentindo um golo num pontapé de canto. Um golo que não abalou a equipa de José Peseiro que, a partir daí, arrancou para uma exibição personalizada, virando o resultado antes do intervalo, com duas assistência de Miguel Layún, antes de confirmar o triunfo por 3-1. O lateral mexicano já é uma das figuras incontornáveis desta liga, revelando-se como um dos jogadores mais influentes do FC Porto, com um total de doze assistências e dois golos.
 
Indignação em Alvalade
 
A segunda reviravolta estava reservada para a noite, mas com muito mais ruído, com Cosme Machado a surgir como protagonista indesejado na difícil vitória do Sporting sobre a Académica ( 3-2) num jogo em que Jorge Jesus, além de Carlos Mané [primeiro jogo a titular na Liga], lançou Rúben Semedo na mesma semana em que o foi resgatar ao Bonfim. Tal como o FC Porto, os leões também entraram a perder, mas também viraram o resultado antes do intervalo.


 
A polémica veio depois. Cosme Machado já tinha fechado os olhos a uma grande penalidade sobre Carlos Mané na primeira parte, mas na segunda deixou Alvalade em ebulição depois de validar um golo dos «estudantes», neste caso um autogolo de Ewerton, depois do seu auxiliar ter assinalado, e bem, a posição irregular de João Real [Patrício estava fora da baliza].
 
Os leões acabaram por ganhar, já depois de Jorge Jesus ter sido expulso, com um golo de Fredy Montero, à partida o último do colombiano pelo Sporting, a quatro minutos do final, mas a indignação já estava instalada em Alvalade.
 
Jonas como Jardel e Jackson: mais de 20 golos à 20ª jornada
 
Bem mais tranquila foi a vitória do Benfica no segundo «round» com o Moreirense ( 4-1), depois da folgada vitória, a meio da semana, para a Taça da Liga (6-1). Dez golos em Moreira de Cónegos, mesmo com sete mudanças no onze, a dar conta do bom momento da equipa de Rui Vitória que respira saúde, com dez triunfos consecutivos, sete na Liga, e já com 54 golos marcados em vinte jornadas.


 
Para encontrar melhor, ao nível dos golos, é preciso recuar 32 anos até ao Benfica de Eriksson (56 golos nas primeiras 20 jornadas). Um momento que assenta, em boa parte, na pontaria de Jonas que marcou mais dois e já contabiliza 21, com uma média superior a um golo por ronda. Números que só são comparáveis com outras figuras do passado do campeonato português, como Jardel e Jackson, os três «jotas» com mais de vinte golos à 20ª jornada.

Apenas um pormenor negativo para o Benfica: Lisandro López saiu lesionado e,c om o mercado a fechar, pode obrigar a antecipar o regresso de Luisão à competição.
 
Vitória cola-se ao Paços e apro xima-se do Braga
 
Olhando para o topo da classificação, tudo na mesma, com os leões a manterem a vantagem de dois pontos sobre as águias que, por sua vez, têm mais três do que os dragões. Mas, mais abaixo, já há diferenças na correlação de forças, com o Vitória a destacar-se como um dos vencedores da jornada, uma vez que no domingo, nem Paços, nem Sp. Braga conseguiram vencer os respetivos jogos, em mais dois jogos que contaram com treinadores expulsos.
 
A equipa de Jorge Simão ainda esteve a ganhar em Arouca, mas permitiu a reviravolta, antes de conseguir o empate ( 2-2), com um golaço de Roniel, em mais um jogo com muito ruído contra a arbitragem.


 
No mesmo dia, o Sp. Braga não foi além de um empate sem golos na visita ao Bessa, num jogo em que, depois de Jorge Jesus e Jorge Simão, Paulo Fonseca também recebeu ordem de expulsão, em mais um jogo com muita contestação. Os guerreiros do Minho ficam a dez pontos do «pelotão» da frente, mas ficam com os «perseguidores» Paços e Vitória a apenas seis na luta pelo quarto lugar.

Confira o calendário e a classificação da Liga
 
Uma boa jornada também para o Rio Ave que, com o triunfo sobre o V. Setúbal ( 2-1), também continua na luta neste segundo grupo, com apenas menos dois pontos do que o Paços e o Vitória.
 
Ainda no domingo, destaque também para o regresso às vitórias do Nacional que, ao bater o Tondela ( 3-1), com um «bis» de Salvador Agra, quebrou um jejum de mais de dois meses em jogos da Liga. A última vitória da equipa de Manuel Machado já datava de 27 de novembro de 2015, com três empates e cinco derrotas pelo meio, antes da primeira vitória de 2016.
 
A jornada só ficou fechada esta segunda-feira, com a vitória do Belenenses diante do Marítimo, nos Barreiros (1-2). Um resultado que pemite à formação agora orientada por Julio Velázquez ascender ao 10º lugar, mas em igualdade pontual com Arouca (8º) e Vitória de Setúbal (9º).

No total, foram 32 golos, com a Liga, já com 497 golos, a caminhar a passos largos para o número redondo dos 500 golos, que deve chegar, inevitavelmente, na ronda 21.