Rui Patrício entregou esta sexta-feira, através de fax e de e-mail, tendo enviado também em carta registada, como o Maisfutebol escreveu, a rescisão unilateral de contrato, ao longo da qual (são 34 páginas) explica todos os acontecimentos que levaram a esta tomada de posição.

O guarda-redes garante, entre outras coisas, que temeu pela vida, que foi alvo de violência física e psicológica, que não tem mais condições para render no Sporting e que se sentiu inferiorizado enquanto ativo futebolístico.

No fim, chega à conclusão que já se sabe.

«É inequívoco que foram violados os meus mais elementares direitos legais e contratuais, e que não fui tratado pela Sporting SAD com o respeito devido a um colaborador, que não me foram dadas por esta as condições necessárias para o exercício da minha profissão, que fui alvo por esta de uma conduta de assédio, que visou condicionar-me, hostilizar-me e limitar-me na minha liberdade, nomeadamente na expressão, que não foram asseguradas as condições de segurança para exercer a minha atividade», pode ler-se.

«Acresce que o tratamento e condições acima descritos são aptos a provocar-me enorme danos, porquanto o valor de um jogador profissional de futebol depende do seu desempenho e, nas condições supra-expostas, que, ainda por cima, tudo aponta para que continuem a verificar-se, é impossível exercer cabalmente a atividade de jogador profissional de futebol e, muito menos, ter um grupo de trabalho a quem sejam proporcionadas as condições para o sucesso desportivo, de que depende, e muito, o reconhecimento individual.»

Rui Patrício lembra depois que o que aconteceu a 15 de maio em Alcochete colocou em risco a própria vida dele, sem que o Sporting tenha feito algo «para o evitar», adiantando que o clube não assegurou «as condições de segurança que se impunham face ao momento que se vivia à data».

«O representante máximo da SAD criticou-me publicamente, ofendeu-me, suspendeu-me, acusou-me, processou-me. Atiçou, diversas vezes, a ira dos adeptos contra mim e contra os meus colegas de equipa, bem sabendo que alguns adeptos, em particular nas claques, reagem de forma primária e irracional a quaisquer declarações proferidas pelo presidente.»

O documento tem sempre, de resto, Bruno de Carvalho no centro de todas as acusações, sendo referido que o presidente foi o culpado de toda a situação insustentável criada esta temporada.

Para sustentar esta acusação, Rui Patrício anexa sms, mensagens de facebook e declarações de conferências de imprensa. Tudo o que aconteceu no clube desde 1 de janeiro é detalhado, aliás.

«A partir de 1 de janeiro do corrente ano, o Presidente do Sporting começou a colocar uma pressão inaceitável em todos os jogadores e na equipa, insinuando que os maus resultados seriam responsabilidade de falta de profissionalismo dos jogadores», escreve Patrício.

Para o justificar, mostra uma mensagem que lhe foi enviada pelo presidente após o empate com o V. Setúbal.


O guarda-redes diz que «esta atitude de crítica e ataque permanente foi-se sucedendo», detalhando depois a mensagem enviada à equipa a 19 de março.

Rui Patrício explica que «tudo isto apenas e só porque tinha sido decidido que os jogadores fariam um coração com as mãos aquando da fotografia de grupo antes do jogo, o que não aconteceu por uma mera distração». «O Presidente do Sporting nem sequer inquiriu os jogadores sobre o sucedido, preferindo agredi-los e até, mais tarde, mover-lhes um processo disciplinar», adianta.

Depois, acrescenta Rui Patrício, veio o jogo em Madrid.

«Não obstante a importância do jogo e o seu significado para o clube, o Presidente não acompanhou a equipa. E surpreendentemente, ou talvez não, nessa mesma noite, pouco depois do jogo acabar, o Presidente entendeu publicar um post no seu Facebook, atacando o profissionalismo dos jogadores em geral e de alguns em particular.»

Rui Patrício diz que foi um «ataque à equipa, transmitindo para os adeptos e simpatizantes a imagem de uma equipa desconcentrada e pouco profissional».

O guarda-redes diz que «estupefactos e profundamente magoados» os jogadores pediram a André Geraldes que fosse marcada uma reunião com Bruno de Carvalho. Quando chegaram a Lisboa, foram informados que a reunião seria apenas após o jogo com o Paços de Ferreira.

 «Os jogadores ficaram incrédulos e fizeram ver a André Geraldes que consideravam a situação muito grave, porque entendiam que o Presidente tinha publicamente humilhado a equipa, entendendo que não estavam verificadas condições para que a equipa pudesse desempenhar a sua missão em condições minimamente aceitáveis. Assim, os jogadores dirigiram-se diretamente a Alvalade e, nesse mesmo dia 6 de abril, no estádio, tiveram uma reunião para definir o que iriam fazer. Dadas as circunstâncias, entenderam que não podiam deixar de reagir publicamente para defender o grupo, pela falta de apoio do Presidente, especialmente nos momentos maus da época, uma vez que se sentiam traídos. Decidiram então que fariam um comunicado e que, à semelhança do Presidente, o divulgariam pelas suas redes sociais.»

Antes de divulgarem o comunicado, no entanto, os capitães receberam uma mensagem de Bruno de Carvalho.

Seguiu-se então a divulgação do comunicado conjunto e a resposta de Bruno de Carvalho, também pelo Facebook, através do qual chamou «meninos mimados» aos jogadores e os suspendeu a todos.

«Ou seja, para além dos insultos aos jogadores, é anunciada uma medida disciplinar, comunicada aos jogadores através de uma rede social! Aliás, tendo, porventura, percebido a gravidade da ilegalidade da comunicação de uma medida disciplinar por semelhante via, o Presidente acabou por retirar da sua página de Facebook a referida mensagem. Sem embargo, nesse mesmo dia, por volta das 23 horas, os jogadores receberam, por e-mail, uma nota de culpa de abertura de procedimento disciplinar, em que, no essencial, são imputados aos jogadores as seguintes infrações: não terem feito o gesto de coração com as mãos na fotografia de grupo no jogo do dia 18 de março; e terem feito um post no Facebook que foi considerado uma ‘clara afronta e desrespeito dirigidos à mais alta figura do Sporting. Acresce que, com a nota de culpa os jogadores foram, também, suspensos da sua atividade», pode ler-se.

Patrício explica depois que a suspensão foi levantada no dia seguinte, pelo que «durou apenas algumas horas», e para esse mesmo dia foi marcada uma reunião em Alvalade, na qual estiveram Bruno de Carvalho, André Geraldes e todo o plantel.

«Estava visivelmente exaltado, com ar de ditador, alucinado e visivelmente tresloucado, tendo-me acusado e ao William de sermos os organizadores do protesto, por queremos sair do clube há muito tempo. Inúmeras vezes, dirigindo-se a mim aos berros, afirmou: ‘Pensas que estás a falar com quem?’ Chegando mesmo a afirmar: ‘Vocês são uns meninos mimados, eu sou o Presidente, eu faço o que quiser, escrevo o que quiser, onde quiser’. Ou seja, toda a reunião aconteceu num ar ameaçador.»

Rui Patrício acrescenta «com a saída do Presidente da reunião, o treinador ficou sozinho com a equipa e tomou a decisão de que até à oficialização da nota de culpa, iam cumprir o seu papel, por isso iam à Academia treinar e preparar o jogo e só saíam se a polícia os tirasse do campo».

«Muitos jogadores neste momento já não queriam jogar, nem treinar, sentiam-se ameaçados, desprotegidos, a temer piores consequências. Mas ainda assim o grupo seguiu todo para a Academia. Depois do treino, os jogadores receberam uma mensagem do Secretário Técnico, Vasco Fernandes, convocando-os para irem ao auditório, às 19h45.»

O guarda-redes explica depois que, quando chegaram ao auditório, os jogadores encontraram Bruno de Carvalho «mais calmo».  No entanto, e em vez de um pedido de desculpas, o presidente apenas quis saber por que é que os jogadores tinham colocado o post nas redes sociais.

«E mesmo quando o treinador, Jorge Jesus, lhe disse: ‘Você disse que vinha aqui para pedir desculpas...?, o Presidente o que respondeu foi que: ‘pedir desculpas? Eu não fiz nada de mal...’, vitimizando-se, dizendo que ‘no final da época eu vou-me embora, vou para junto da minha família, nada mais importa. Está o REI – referindo-se a Jorge Jesus – e eu vou-me embora, para junto da minha família, que é o mais importante, que gosta de mim... E antes de se ir embora terminou dizendo: ’Vou tirar a suspensão, o mister pode convocar quem quiser, é o Rei do Clube, mas os processos vão continuar!’»

Rui Patrício considera assim que se manteve «a humilhação e o desrespeito pela dignidade profissional e pessoal dos jogadores», relatando depois que no dia seguinte, quando a equipa já ia no autocarro para Alvalade, para o jogo com o P. Ferreira, Bruno de Carvalho voltou a escrever um post no Facebook, através do qual fez «um ataque violento no seu conteúdo, que pôs em causa a honerabilidade e profissionalismo dos jogadores».

Seguiu-se o jogo, que o Sporting venceu, e a conferência de imprensa de Bruno de Carvalho no final do encontro. Depois disso, acrescenta Patrício, nunca mais houve comunicação entre o presidente e os jogadores. 

No entanto, no dia 12 de abril, o plantel foi informado do encerramento dos procedimentos disciplinares respeitantes à publicação de um comunicado conjunto nas redes sociais, mantendo-se contudo o procedimento disciplinar por não ter sido feito o gesto do coração com as mãos, no jogo do dia 18 de março: este processo nunca foi, aliás, encerrado.

Seguiram-se vitórias sobre o At. Madrid, o FC Porto, o Boavista e o Portimonense.

«Entretanto, no dia 5 de Maio a equipa disputou o jogo com o Benfica, estando ainda na corrida para o 2.° lugar, o qual daria acesso à Champions. Na altura do jogo, como foi publicamente relatado, o Presidente do Sporting foi falar com membros da claque Juve Leo. Acontece que, nesse jogo, em Alvalade, foram atiradas tochas provenientes da bancada onde se encontrava a Juve Leo para a baliza do guarda redes da equipa, eu próprio, que, por pouco, não me atingiram.»

O empate adiou, como já se sabe, a definição do segundo lugar para a última jornada, numa altura em que o Sporting precisava apenas de vencer na Madeira para garantir a Liga dos Campeões. Rui Patrício diz que se tratava de um jogo «de grande tensão, contra uma equipa difícil e no terreno desta, para mais disputado pelo Sporting numa situação de grande conflitualidade interna».

No dia antes do jogo, Bruno de Carvalho deu uma entrevista ao Expresso, na qual Patrício não viu «uma palavra de incentivo para os jogadores», percebendo, isso sim, «que os jogadores apenas pensam em melhores contratos e no dinheiro, não na camisola que vestem, não cumprindo, abnegada e profissionalmente, as suas responsabilidades».

«O Presidente do Sporting não podia deixar de ter a consciência de que as suas palavras não só eram altamente perniciosas para a equipa, comprometendo o seu estado anímico e a sua concentração, como despertavam, necessariamente, a ira dos adeptos mais primários e acalorados, sobretudo se o resultado não fosse o de vitória. Depois, foi o que se sabe. A equipa jogou nervosa e acabou por perder o jogo. E o que se seguiu foi o previsível resultado das palavras e atitude do Presidente nos últimos meses: insultos e demonstrações de agressividade contra os jogadores por parte das claques e dos adeptos.»

Rui Patrício explica, a seguir, que à chegada ao aeroporto Fernando Mendes (ex-líder da Juve Leo) e de mais dois adeptos perguntaram por Marcos Acuña aos gritos.

«Nessa altura o jogador Rodrigo Battaglia pediu calma, alegando que o jogo já acabara, e ao inquirir por que é que a claque tinha colocado aquelas mensagens no final do jogo e não mensagens de apoio desde o início, gerou-se uma troca de argumentos, com os membros da claque a dizerem que faziam o que queriam e que os jogadores tinham era de jogar.», pode ler-se.

«Foi um momento de grande tensão e de provocação. Eu e o William, como capitães, tentámos acalmar a situação, mas houve mesmo quem afirmasse: 'Na próxima semana fazemo-vos uma visita'.»

«Acresce que, já em Lisboa, após a viagem da Madeira, os jogadores tinham adeptos à espera no aeroporto, que gritavam palavras de apoio a Bruno de Carvalho. Seguiu-se, já na garagem do estádio reservada aos jogadores, a perseguição de adeptos e vários insultos, especialmente dirigidos aos capitães, e aos jogadores Battaglia e Acuña com que se tinham pegado no aeroporto na Madeira.»

Rui Patrício diz que a direção do Sporting nunca condenou estas perseguições e ameaças, nem publicamente nem em privado aos jogadores.

«Entretanto, na chegada a Lisboa foi marcada uma reunião para segunda-feira, 14 de maio, às 18h00. Antes da reunião com os jogadores, o Presidente reuniu com a equipa técnica e informou-os que o Sporting não contaria mais com eles Pelas 18 horas, realizou-se, então, a reunião do plantel com o Presidente , que se encontrava acompanhado por três membros da Direção e pelo Team Manager, André Geraldes, tendo comparecido, igualmente, todos os jogadores. O Presidente não informou os jogadores da conversa que tinha tido com a equipa técnica e teve com os jogadores uma conversa, toda ela, de teor estranho. Começou  por  perguntar se estavam todos bem, acrescentando: 'Aconteça o que acontecer estão preparados para jogar no fim de semana? Depois, virou-se para Acuña e disse-lhe: 'Acuña, por que fizeste aquilo ao chefe da claque? Logo a ele, tenho um problema tremendo, estiveram a ligar-me a noite toda, os gajos da claque, a dizer que te queriam apanhar, que queriam a tua morada...' Acuña respondeu  dizerido que se podiam resolver as coisas  falando, mas o Presidente do Sporting respondeu-lhe em tom evasivo: 'Tenho um problema tremendo, vou tentar resolver a situação...'»

Rui Patrício acrescenta que Bruno de Carvalho voltou a perguntar aos jogadores se estava tudo bem e que se precisassem de alguma coisa só tinham de falar com ele ou com o André Geraldes. O que diz ter parecido suspeito aos atletas.

«Acresce que, nessa reunião, os jogadores foram surpreendidos com a antecipação do treino de quarta-feira para terça-feira. O Presidente do Sporting terminou dizendo que estava tudo tranquilo: 'Amanhã vão treinar à Academia e preparar bem o jogo para ganhar a Taça'. E disse ainda que nessa semana iria à Academia, mas ainda não sabia quando», refere.

O treino estava marcado para as 18 horas, mas os jogadores chegaram mais cedo para fazer ginásio. Por volta das 17 horas, detalha o guarda-redes, Jorge Jesus estava no relvado a preparar a sessão, os atletas tinham recolhido ao balneário para se equiparem, quando começaram a entrar no balneário homens encapuçados, a correr, a agredir jogadores, técnicos, médicos, funcionários e a gritar ameaças de morte.

«Os encapuçados eram cerca de 40 indivíduos que barricaram os jogadores no balneário, impedindo-os de saírem e lançando tochas de fumo que dificultavam a visão. Entraram a perguntar por determinados jogadores, em concreto Acuña, Battaglia, William e por mim... Alguns agressores agarraram o William, bateram-lhe e pediram-lhe para tirar a camisola, porque não era digno dela. Gerou-se uma enorme confusão, os agressores atiraram petardos, agrediram os jogadores a soco, pontapé, com cintos e bastões, arremessaram objetos (a máquina de água foi arrancada e mandada contra o jogador Battaglia). Pelo jogador Bas Dost passaram quatro indivíduos sem lhe tocar e até a fazer um sinal de fixe com o dedo, mas um quinto partiu para a agressão, batendo-lhe  com um cinto na cabeça  que lhe causou ferimentos, que tiveram de ser cosidos com vários pontos. Entretanto, o treinador principal que acorreu aos balneários foi tambérn agredido. Por outro lado, foram também lançadas tochas contra os carros dos jogadores e equipa técnica. Enfim, o terror que as televisões puderarn mostrar a todo o país...» 

Rui Patrício diz que se instalou um clima de terror, com Jorge Jesus e Bas Dost a sangrar, jogadores desorientados, pessoas com medo.

«A memória que tenho mais nítida é a de que estava no balneário e ouvi um barulho no corredor, quando de repente apareceram pessoas a gritar, com a cara tapada. Primeiro mandaram tochas para dentro do balneário, depois entraram e começaram a agredir os jogadores e a ameaçar. Eu estava perto do William, quando uma pessoa agride William, eu meto-me à frente para o separar do William, e ele agarra-me o braço e tenta torcê-to e meter atrás dos costas», relata.

«Consegui tirar o braço, depois veio outro e para à minha frente, quando diz 'queres ir-te embora filho da puta', 'partimos-te a boca toda' e faz o gesto como se me fosse agredir. Depois aparece o Salin e afasta-o.»

Rui Patrício diz que os jogadores ficaram de tal forma descontrolados que muitos, incluindo ele próprio, pensavam que não iam conseguir sair dali com vida.

«Ainda hoje acordo de noite, em sobressalto, com as imagens de horror que retive e que revejo e não consigo pensar em voltar àquele local. Tanto mais que existem responsáveis do ataque de Alcochete que fugiram, e podem voltar a atacar-nos, até para nos intimidar nos nossos depoimentos», frisa.

«De notar, ainda, que o Gelson reparou, já depois de terminado o ataque, que tinha recebido uma mensagem de um adepto, seu conhecido e da claque, a avisar que os agressores estavam a chegar para fazer merda. Não existiram quaisquer dúvidas, muito menos para os jogadores, que os agressores eram elementos da claque Juve Leo.»

Rui Patrício diz, de resto, que é para ele óbvio «que o referido ataque na Academia não foi uma conduta isolada e imprevisível que pudesse escapar à capacidade de previsão dos dirigentes da Sporting», mas antes «um acontecimento não só perfeitamente previsível de se verificar, como até sucessivamente provocado, tornando por isso mesmo ainda mais inaceitável a ausência de qualquer dispositivo de segurança»..

«Com efeito, estamos perante factos que de forma muito clara apontam para que se tratou de uma ação concertada, preparada e que era previsível, não tendo o Sporting agido da forma que lhe era exigida para evitar o sucedido e para garantir as condições de segurança dos jogadores. Acresce que, além do mais, as condutas acima descritas do Presidente foram adequadas a criar nos adeptos e em particular nas claques sentimentos exacerbados contra os jogadores».

Rui Patrício escreve depois que estranha que os agressores soubessem tão bem os passos a dar para chegar aos balneários da equipa principal, estranha que tenham percorrido uma distância tão grande sem que ninguém tenha fechado os portões e estranha que Fernando Mendes, de cara destapada, tenha dito a Jorge Jesus que não era para ser assim.

Depois disso critica Bruno de Carvalho por só ter chegado à Academia duas horas após as primeiras notícias que davam conta do ataque e considera que as primeiras declarações, à Sporting TV, nessa noite, «foram absolutamente chocantes e até ofensivas, parecendo que o Presidente estava a gozar com o acontecido».

«Para cúmulo, na véspera da final da Taça de Portugal, que os jogadores decidiram disputar nas condições anímicas e físicas em que se pode imaginar que estavam, depois do filme de terror que passaram, o Presidente do Sporting, como já vinha sendo seu hábito, resolveu dar uma conferência de imprensa, em que, em lugar de procurar acarinhar e dar ânimo aos seus jogadores, resolveu vitimizar-se, falar de si e acabar a culpar os jogadores pelo que tinha acontecido na Academia.»

Por isso Rui Patrício volta ao ponto inicial para dizer que «é inequívoco que foram violados os mais elementares direitos, legais e contratuais» e que não foi tratado pelo Sporting «com o respeito devido a um colaborador», pelo que avançou para a rescisão unilateral do contrato.

[Artigo atualizado]