Ruben Amorim foi um dos jogadores que trabalhou mais épocas com Jorge Jesus ao longo da carreira, primeiro no Belenenses e depois no Benfica.

Na antevisão ao dérbi lisboeta, o treinador do Sporting recusou a designação de um reencontro entre mestre e aprendiz, até porque, sublinhou, diz ter uma personalidade muito diferente.

«Passei muito tempo com o mister Jesus, como passei com outros treinadores. Aprendi muitas coisas e retive muitas coisas dele, como de outros. Não vejo isso como mestre e aprendiz, porque somos muito diferentes, temos personalidades completamente diferentes. Já disse numa entrevista que houve coisas que ficaram comigo: a exigência adquire-se trabalhando sete anos com o mister Jorge Jesus. Mas somos completamente diferentes e não há comparação possível», apontou.

Amorim pode conhecer como poucos Jorge Jesus mas, ainda assim, reconheceu que há segredos. E explicou como procura desvendá-los de modo a não ser surpreendido. «Há vários segredos. Claro que vemos as rotinas e há coisas que ainda estão lá do tempo do Benfica e até do Sporting. Temos observadores que trabalharam com ele e o Coates, que também trabalhou muito tempo com ele: partilhámos ideias durante a semana, em todos os aspetos, bolas paradas, etc. Mas as características dos jogadores mudam completamente a forma de jogar de uma equipa. (...) Durante o jogo depende muito de quem jogar: no Dragão jogou, por exemplo, o Grimaldo à frente. Se jogar o Cebolinha é completamente diferente. Três centrais? Há todas essas possibilidades: preparámos tudo e vamos ver. Depende da inspiração dos nossos jogadores e do Benfica.»

Amorim assumiu que o peso de preparar um dérbi enquanto treinador nada tem a ver com o que sentia quando jogava. «A responsabilidade é diferente, a pressão é diferente, a preparação de um jogo é completamente diferente. Há certas características que mantenho na minha personalidade, mas não há comparação possível. É muito diferente ser treinador ou jogador de uma equipa num jogo destes», disse.