Fernando Santos foi esta quinta-feira ouvido no Campus da Justiça, em Lisboa, no âmbito do processo de difamação movido pelo treinador Marco Silva ao antigo futebolista José Eduardo, que no final de 2014 acusou o então técnico do Sporting de ter uma agenda própria que ia de encontro aos interesses do clube leonino.

No tribunal, o selecionador nacional, arrolado como testemunha de Marco Silva, admitiu não ter gostado das declarações de José Eduardo e saiu em defesa do treinador. «Na altura, falei com o Marco e ele estava perplexo. Liguei-lhe para o apoiar. Não revejo o Marco em nada do que foi dito. Não gostei das declarações e, se fosse comigo, não teria gostado na mesma. Foram ataques ao caráter do Marco. As declarações chocaram-me», disse o selecionador nacional nacional durante mais uma sessão do julgamento.

Fernando Santos disse ainda não acreditar que Marco Silva tivesse uma agenda própria.

Quem também testemunhou nesta quinta-feira foi o presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol (ANTF). José Pereira considerou que as declarações de José Eduardo, para além de terem sido «despropositadas, provocatórias», não correspondem à verdade. «O Marco Silva goza de um estatuto de grande seriedade, o qual é reconhecido pelos restantes treinadores de futebol. Sinceramente, não me recordo de uma situação semelhante a esta, com afirmações tão pejorativas. Foi uma situação discutida entre treinadores, inclusive em alguns fóruns. Não conheço nenhum colega que não reconhecesse um grande caráter ao Marco Silva e não o considerasse um homem exemplar», afirmou.

A próxima sessão do julgamento está marcada para 8 de novembro, sendo que a última está agendada para 13 de dezembro, dia em que deverão ser conhecidas as alegações finais de ambas as partes. Marco Silva acusa José Eduardo de três crimes de difamação agravada e exige uma indemnização de 45 mil euros a reverter a favor de instituições de caridade.