O presidente do Sporting considerou que uma nova época sem público nos estádios terá consequências devastadoras para os clubes portugueses. «É impossível a sobrevivência económica dos clubes caso esta medida seja mantida durante muito mais tempo», afirmou Frederico Varandas em entrevista à agência espanhola EFE.

O dirigente, que é também médico, contestou ainda o critério que está a ser seguido pelas autoridades de saúde em Portugal. «Nunca se pode perder o critério científico que nestes momentos se está a perder com o ruído e a pressão, já que os verdadeiros grupos de risco são os idosos e os que têm algumas patologias associadas. Os critérios que a DGS está a aplicar em Portugal não fazem sentido.»

«Hoje sabe-se que a partir do décimo dia, desde que o paciente dá positivo para a covid-19, não há risco de transmissão e em Portugal o paciente tem que estar 14 dias isolados», acrescentou o presidente do Sporting, que pediu unificação de critérios no plano europeu, referindo que em Espanha e Inglaterra, por exemplo, os futebolistas com testes positivos permanecem dez dias isolados.

Novamente sobre a ausência de público nos estádios, Varandas foi bastante crítico e falou em dualidade de critérios. «É absurdo que num mês em que serão disputadas em Portugal provas de MotoGP e de Fórmula 1 não possa haver público nos estádios, como acontece noutros espectáculos, como os touros.»

O presidente do Sporting é da opinião de que não existe risco de transmissão se as bancadas tiverem uma lotação de 20 a 30 por cento da capacidade e fez as contas aos prejuízos do clube de Alvalade devido à proibição de entrada de adeptos no estádio: cerca de 20 milhões de euros.