O presidente do Sporting, Frederico Varandas, concedeu nesta sexta-feira uma entrevista à RTP, na qual fez uma espécie de balanço sobre os primeiros meses do mandato, e no qual explicou as operações realizadas no mercado de inverno.

Ainda que reconhecendo as dificuldades com que a Comissão administrativa liderada por Sousa Cintra teve de lidar na construção do plantel, Varandas defendeu que o plantel construído tinha pouca qualidade.

«Eu defendo que 30 por cento do sucesso desportivo é alinhado na pré-época, e este é o reflexo. Tudo isto é anormal. Saíram sete jogadores neste mercado de inverno porque este era um plantel de qualidade reduzida. Foi  por isso que saíram sete jogadores e entraram cinco.»

Ainda assim, sobre as entradas, o presidente do clube leonino assegura que as contratações feitas foram pensadas não apenas para o momento.

«Estou a resolver problemas a médio-longo prazo, não estou a contratar por contratar. Sabemos a debilidade deste grupo. Ainda não estamos contentes. Nós queremos ganhar.»

A liderar o grupo, um nome que causou muita surpresa quando foi anunciado, por ser um perfeito desconhecido da generalidade dos adeptos.

Mas Marcel Keizer é um homem em quem Varandas confia para devolver o título nacional ao Sporting.

«A verdade é que o ano zero já nos deu um título. Em novembro troquei a equipa técnica e confio muito neste treinador. E o Sporting vai lutar pelo título. Keizer tem contrato e vai cumprir», sublinhou, fugindo quando questionado sobre Jorge Jesus e o que teria feito se o treinador estivesse disponível no momento em que José Peseiro foi despedido. «Jesus faz parte do passado», disse apenas.

«Claques? A partir do próximo ano vamos deixar de oferecer bilhetes»

Além da vertente desportiva, Varandas falou ainda sobre temas que têm feito correr muita tinta, como casos de justiça e a relação com as claques.

Sobre este segundo tema, Varandas garante que já reuniu com todas as claques do clube e informou-as de que muito vai mudar na relação, garantindo que a reação foi de «aceitação e responsabilidade.»

«Informei todos os grupos que o protocolo que existe vai deixar de existir. Neste momento, são oferecidos cerca de 900 bilhetes por jogo. O Sporting não está em condições de oferecer nada. Os sócios pagam e expliquei que a partir do próximo ano não vai haver ofertas, todos vão pagar pelo seu bilhete. É injusto para os outros, apesar de eu reconhecer a importância das claques, que vão ter bilhetes com preço especial, tal como os núcleos», referiu.

Já no que diz respeito aos casos de justiça em que o futebol português se tem visto envolvido, como o «caso dos emails», Frederico Varandas voltou a reforçar o que já tinha escrito no editorial do jornal do Sporting, mas foi confrontado com o caso «cashball», em que o clube pode estar envolvido, e assegurou que vai aceitar o que a Justiça ditar.

«O ‘cashball’ é herança. Tenho de acreditar na Justiça e ser coerente. Da mesma forma que defendo que funcione fora do clube, tenho de defender cá dentro. Tudo o que conheço do caso foi pela imprensa. Não tenho mais informação alguma. Espero que não seja nada, mas assumirei o que a Justiça ditar», apontou.