Jorge Jesus lamentou a morte de Johan Cruijff com quem chegou a estagiar durante um mês no ano de 1993, altura em que o antigo jogador holandês treinava o «Dream Team» do Barcelona.

«Já como jogador era para mim uma grande referência em termos de arte e criatividade do jogo, mas o que mais me fez criar uma enorme estima por ele foi a ideia de jogo que tinha como treinador do Barcelona, uma ideia que ainda hoje é cultivada por exemplo pelo Luís Enrique. Era uma cultura com ideias muito próprias. Para aquela era, posso mesmo dizer que era uma ideia fora do normal, muito ofensiva. Cruijff via o futebol de forma diferente da maior parte das pessoas», destacou o treinador do Sporting em declarações reproduzidas no site oficial do Clube.

«Para ele, o futebol era arte e espetáculo. Não era por acaso que dizia preferir ganhar por 5-4 do que por 1-0. Para Cruijff, não chegava ganhar, a equipa tinha de dar espetáculo e esse pensamento ainda hoje existe no Barcelona. Como jogador apanhou Rinus Michels e Kovacs e mais tarde deu continuidade a essa ideia do Futebol Total que hoje se identifica em Guardiola ou Luis Enrique. Perdeu-se um homem que deu ao futebol muitas ideias e um grande respeito pelo jogo», acrescentou ainda o treinador antes de assumir que também foi influenciado pela lenda que se despediu esta quinta-feira aos 68 anos.

«Também fui um pouco influenciado por essa ideia de que ganhar é importante mas não chega. Sou um grande defensor dessa ideia que partilho na minha forma de ver o futebol. Mas Cruijff só há um. Era uma grande figura, um dos grandes mentores e criadores do que é o futebol moderno», referiu ainda.