Ruben Amorim tem sido um treinador consensual no Sporting, mesmo numa temporada sem títulos, e tem sido apontado como garante da estabilidade na direção de Frederico Varandas. O treinador recusa ter esse peso no clube e defende que continua numa posição bem mais frágil do que a do dirigente.

«Eu não seguro o presidente, o presidente é o responsável. Eu dou a cara porque falo todas as semanas, o presidente não fala todas as semanas. Cada um tem direito à sua opinião, o que eu acho é que, cada vez que o presidente falou e que lhe perguntaram pelo treinador, deu-me sempre muita confiança. Disse que eu era um dos melhores do mundo, algo que eu não concordo. Apenas faço o meu papel, dou o máximo, mas não seguro o presidente, o presidente é que me segura a mim, porque se o presidente quiser que eu saia, sou eu que vou ter de sair e não o contrário. Não concordo com essa observação», destacou em conferência de imprensa.

Numa época em que o Sporting não conseguiu alcançar nenhum dos objetivos, o treinador assume que colocou o lugar à disposição. «Nas conversas que tivemos, com o presidente e com o Hugo Viana, a primeira coisa que transmiti é que punha o lugar à disposição, devido à falha nos objetivos, isso foi uma coisa muito clara logo no início da reunião», referiu.

Quanto ao futuro, o treinador admite sair caso volte a falhar no arranque da próxima temporada. «Se calhar é a única maneira de eu sair do Sporting porque, quando está tudo bem, eu não quero sair. Quando falam em fragilidade, sinto o apoio de toda a gente, sinto uma confiança enorme no nosso trabalho, acredito que vamos ser mais competitivos», comentou.

O treinador sente confiança da parte da direção, mas também diz que vai partir para a próxima época numa posição bem mais frágil. «Agora também já vejo futebol há algum tempo, sei como é que são as coisas. Numa época com objetivos falhados, em certos jogos dominámos, mas acabámos por não marcar, sentia-se muito o nervosismo no estádio. Sei bem o que vem aí para a próxima época. Na minha cabeça está vencer o primeiro jogo, depois o segundo, depois o terceiro. Acredito que vamos dar a volta à situação e vamos voltar ao nosso normal. A verdade é que, desde que estamos aqui, o normal é ganhar muitos mais jogos do que perder. Diria que estou muito confiante que vamos voltar ao normal. Sabemos que depois de uma época difícil, torna a época seguinte mais difícil, com menos crédito, mas acredito que vamos dar a volta», destacou ainda.