Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois do empate com o Rio Ave (1-1), em jogo da 14.ª jornada da Liga:

[Momentos capitais do jogo?]

- Foram os dez minutos no início da segunda parte. Fomos diferentes do que somos sempre, que é sermos rigorosos, com muita concentração. Foram dez minutos até ao golo que em que facilitámos. Faz parte da juventude e falta de experiência de alguns jogadores, faz parte do crescimento. Depois desses dez minutos voltámos a ser a equipa que somos, algumas vezes com mas decisões, mas fomos para cima do adversário.

[A equipa perdeu muitas bolas na fase de construção, foram as alterações na defesa ou ansiedade pela eliminação da Taça?]

- Penso que não foi ansiedade, nesse aspeto não estivemos tão bem, mas na segunda parte até tivemos dois passes do Seba. A ideia do Rio Ave era ganha essas bolas, na primeira parte estivemos bem nesse capítulo e conseguimos o golo. Na segunda tivemos os tais dez minutos e eles fizeram o golo. Não fomos rigorosos e pagamos caro. Não tem a ver com ansiedade, tem a ver com a falta de experiência desses jogadores, mas vamos crescer.

[A eliminação da Taça fez mossa?]

- Sabemos que o campeonato são fases, em que se está melhor ou pior. Falamos esta semana da eliminação com o Marítimo, mas dois dias antes tínhamos feito um grande jogo com o Nacional. Hoje devemos a nós próprios dois pontos. Sabemos que isso vai acontecer e eu cá estarei para ajudá-los.

- Na primeira parte tivemos alguma paciência com bola para abrir espaços, conseguimos abrir a defesa do Rio Ave e chegámos ao golo. Tivemos várias oportunidades para definir melhor ainda antes do intervalo. No início da segunda parte, desaparecemos do jogo, sofremos um golo, apanhámos o susto e tentámos ir para cima do adversário.

[A equipa técnica estava exaltada no banco, tem queixas da arbitragem?]

- Não acho nada disso. Perdemos rigor, facilitámos durante dez minutos. É nisto que quero que os jogadores pensem. Temos de trabalhar muito, temos a Taça da Liga já a seguir.

[Vem aí um jogo com o FC Porto, é um bom jogo para dar uma resposta?]

- Eles [os jogadores] não tem de pensar nisso, em dar uma resposta, tem de fazer aquilo que treinam. Penso que não há melhor do que jogar uma meia-final com o FC Porto. Com o Nacional tivemos uma grande vitória, depois perdemos e agora empatámos. São fases. Tivemos estes maus resultados, mas o Sporting está em primeiro lugar no campeonato. Devia ter ganho o jogo, não ganhou, mas tem direito a ter maus momentos. Tivemos dez minutos em que não estivemos no jogo e pagámos caro por isso.

[Plantel curto?]

- Não vejo isso assim, corremos, tivemos capacidade para chegar à frente. O rigor não tem a ver com a parte física, tem mais a ver com a parte mental. Não há muito tempo para treinar, todos os treinadores já o disseram, mas temos de recuperar e preparar o jogo dentro das possibilidades que temos para recuperar.

[Porquê Borja em vez de Antunes? Plata jogou na direita com o Marítimo, agora jogou na esquerda?

- Tem a ver com o momento de cada um, com as características de cada um. As características do Cris [Borja], que tem um passado de lateral, são diferentes das do Inácio, que é melhor de cabeça. O Cris tem mais passado de lateral esquerdo e dá-nos mais profundidade. O mesmo em reação ao Plata, precisava de um jogador mais ofensivo do que o Antunes.