Ruben Amorim, treinador do Sporting, em declarações à Sport TV, depois da goleada ao Santa Clara (4-0), no Estádio de Alvalade, em jogo da 34.ª e última jornada da Liga:

[Diz que está sempre a aprender, o que é que aprendeu neste jogo?]

- Entrámos bem no início, mas depois perdemos muitas bolas na construção e deixamos o Santa Clara ter algumas oportunidades. Houve alguma descompressão. Jogar pelo Sporting é sempre uma alegria, mas é algo complicado, mas depois demos uma resposta muito boa, criámos várias oportunidades, fizemos quatro golos. Controlámos muito melhor na segunda parte, não demos qualquer hipótese. Estamos sempre a aprender, mas tudo o que eles fizeram, eles já demonstraram durante o ano. Todos eles, os que jogaram e os que não jogaram. Fizeram uma época em que fizeram bastantes pontos, tiveram em todas as decisões, passaram a fase de grupos da Liga dos Campeões, mas, no fim, quando não se ganho um título, sabe a pouco.

[Catorze golos marcados nos últimos quatro jogos, hoje não sofreu, era importante fechar assim a época?]

- Sim, sem dúvida, era isso que queríamos. Curioso também ver que essa quantidade de golos foi marcada sem uma referência ofensiva. Isso são coisas boas que conseguimos comparar para quando formos preparar a próxima época, temos mais uma opção, vários jogadores podem jogar lá. Temos mais opções para tentar enganar os adversários, mas melhoramos muito no ataque posicional e marcámos muitos golos nesta fase final. Acho que sofremos mais golos do que merecíamos esta época. O ano passado defendíamos bem, mas este ano deixamos os adversários criar menos e chegar menos vezes à nossa baliza e acabámos por sofrer golos que não devíamos ter sofrido. É algo que temos de trabalhar.

[Mais três estreias no campeonato: Virgínia, André Paulo e José Marsà]

- Sem dúvida, por tudo aquilo que eles fizeram durante o ano. Por vezes não os conseguimos os pôr a jogar, mas o João Virgínia jogou mais este ano do que nos dois anos em que esteve no Everton, portanto, eles merecem estas oportunidades. O Marsà já vinha a merecer, foi muitas vezes convocado e não entrou porque tinha ainda jogadores à frente dele. Eu não lhes dou nada, ele é que conquistam. O André Paulo foi um rapaz que começou no Casa Pia B e vê-se a tranquilidade com que ele jogou. Eles merecem todos estes bocadinhos. Responderam sempre às expetativas.

[Despedida de Sarabia? É uma perda grande para a próxima temporada?]

- Sim, sem dúvida, é difícil falar nisso porque são mundos completamente diferentes. O Sarabia também queria provar muito que é o jogador que demonstrou ser. Todas essas vontades, o facto de nós, com o negócio do Nuno Mendes, podermos ir buscar um jogador que de outra maneira não tínhamos condições para poder pagar o salário que ele aufere, juntou-se tudo. A vontade do jogador, a vontade da equipa em ter um jogador daquela qualidade. O facto de ele adaptar-se a uma coisa mais familiar, a uma coisa com estágios todas as semanas, sem grande luxo ao pequeno-almoço e ao almoço. De certeza que lhe custou a adaptar-se, mas de certeza que el vai melhor jogador daqui. Vai ter dificuldade em lidar com menos exigência no treino. Ele melhorou muito, nós melhoramos muito como equipa, o clube foi mais falado em Espanha, ficou mais querido em Espanha, portanto, tudo acabou bem, sabendo que é difícil o Pablo continuar.

[Próxima época, fala-se nas saídas de Palhinha e Matheus Nunes, qual deles preferia manter?]

- Não quero estar a dizer, as características deles são difíceis de encontrar. Também não queríamos perder o Nuno Mendes. Tivemos de juntar dois jogadores naquela posição, o Vinagre não conseguiu uma adaptação total, mas é um jovem e tem muito para crescer. Falando desses dois casos, o Matheus, quando o João Mário saiu, muita gente não acreditava no Matheus. É normal teve tapado muito tempo e o João Mário foi importante. Foi talvez preciso ser o Guardiola dizer que era um craque e já passou a ser um craque. Acredito neles na mesma maneira. Acredito tanto no Pote do ano passado, como no Pote deste ano. Eles fazem coisas que os adeptos não olham tanto, mas a forma como trabalham, a forma do Matheus explodir com a bola, o Palha baixou um bocadinho porque teve mais lesões, mas continuamos a acreditar. Chega a todas as bolas, é muito forte no jogo aéreo. Esses jogadores são difíceis de substituir, mas não vou estar aqui a dizer. Não sei se a direção vai ter de vender. Não quero comprometer aqui a direção e dizer que este jogador não pode sair. Será o que tiver de ser.

[O que pode garantir aos adeptos para a próxima temporada?]

- O mesmo de sempre desde que chegámos cá. Lutar por todos os objetivos, essa é a obrigação do Sporting. O que temos de fazer é estar nas decisões, sermos muito competitivos, tentar passar a Liga dos Campeões, sabendo que o pote é completamente diferente. O que posso prometer é mais do mesmo. Estou pronto para trabalhar. Preciso de descanso, o ano passado não tive por causa do curso. Posso prometer trabalho e meter o grupo acima de tudo, do meu emprego, do meu estado. Posso por tudo em jogo para levar esta equipa a um patamar melhor. Vamos ver se consigo.