O argentino Rodrigo Battaglia explicou como surgiu a possibilidade de rumar ao Sporting, fez um balanço dos primeiros meses de leão ao peito, falou do crescimento com Jorge Jesus e das dificuldades que teve durante a adolescência.  

O interesse do Sporting surgiu depois do eletrizante Sporting de Braga-Sporting, no final do mês de abril. Após alguns entraves colocados pelo emblema minhoto, a transferência do argentino acaba mesmo por se concretizar a pedido expresso de Jorge Jesus.

«Após o Sporting de Braga-Sporting, que perdemos 3-2, com um hat-trick do Bas Dost. Alguém que me é próximo comunicou-me que o mister [Jesus] estaria interessado. Mas sabe-se como é o futebol, do interesse à realidade existem 20 passos que não dependem só de mim. Faltavam cinco ou seis jogos, continuei a fazer a minha parte. Quando fui de férias para a Argentina, soube de novo que havia real interesse. Disse ao meu empresário para tratar do assunto», recorda, em entrevista ao «Record».

Desde que chegou ao Sporting, Rodrigo Battaglia confessa que se senta «mais jogador» fruto do trabalho desenvolvido sob o olhar atento de Jorge Jesus, um treinador «que dá muita atenção aos detalhes».

«Cada um vive o futebol à sua maneira: ele como treinador e eu como jogador. Mas dá muita atenção aos detalhes. Sou mais jogador desde que cheguei ao Sporting. O mister, um grande em Portugal e no Mundo, e os meus colegas têm um papel enorme nisto. Todos puxam por ti, mas esta exigência é perfeitamente normal num clube como o Sporting. Não esperava ter treinos relaxados com toda a gente a brincar», esclarece, antes de afirmar que a alcunha de «mestre da tática» assenta que nem uma luva ao técnico leonino.

«Quando os adversários reparamos que têm movimentos que também fazemos. São uma clara cópia das ideias de Jorge Jesus, não há que enganar.»

Desde que chegou a Alvalade, o médio de 26 anos já jogou na posição «8» como na posição «6». Battaglia admite que hoje em dia se vê como médio-defensivo.

«Atualmente, vejo-me mais como um médio-defensivo, porque fiz mais jogos nessa posição desde o arranque da temporada No futuro não sei, o Mister é que decide. Tento fazer tudo o que ele pede e vou continuar a trabalhar para corresponder às suas exigências», assumiu.

 Battaglia lamentou a saída de Adrien, concorrente direto por um lugar no onze.

«Foi mau termos perdido Adrien. É um jogador de grande experiência, era o nosso capitão e um exemplo. Mas isto é o futebol. Se saiu é porque achou que ia para algo melhor», afirmou, antes de elogiar William Carvalho.

«Qualquer pessoa consegue criar um entendimento com William. Até para ti era fácil jogar ao lado do William! É muito inteligente e dá sempre a bola no pé. Nos treinos tento estar atento às movimentações dele, de forma a absorver tudo.»

Por último, o médio leonino recordou ainda um episódio que ocorreu na adolescência. Com apenas 12 anos, Battaglia foi dispensado do Vélez por problemas de crescimento e, o espírito bastante autocrítico que possui levaram-no a consultar um psicólogo.

«Foi difícil e tive de recorrer a um psicólogo. Ele disse-me que eu era muito autocrítico. Por exemplo, antes de ir treinar, ia para o jardim de minha casa e punha uma garrafa na relva. Pegava na bola e pensava: “Tenho cinco remates para derrubar a garrafa, se acertar três, vou treinar bem. Contei isso ao psicólogo e a resposta dele foi que… eu era louco [risos]. Disse-me para relaxar, porque era demasiado exigente», concluiu.