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O Benfica e Jorge Jesus procuravam um acordo amigável para resolver o problema levantado pelo ordenado de junho que não foi pago ao treinador.
 
Durante esta segunda-feira correu a informação de que teria existido uma reunião agendada para os advogados de Jesus e os advogados do Benfica conversarem sobre uma solução, e que esse mesmo encontro teria sido cancelado pelo clube encarnado depois do jogo da Supertaça, disputada no Algarve. Os encarnados negam ao Maisfutebol, no entanto, que esse agendamento tenha alguma vez sido feito.
 
Desde então não houve mais nenhum contacto entre as partes.
 
Esta terça-feira, recorde-se, surgiu a confirmação pela voz do diretor de comunicação do Benfica de que o clube não pagara o mês de junho, nem iria fazê-lo, porque considera que o treinador denunciou unilateralmente o contrato ao apresentar-se um dia em Alcochete.
 
Mais do que isso, o Benfica pretende ser ressarcido em 7,5 milhões de euros.
 
Ora o advogado de Jorge Jesus diz que se trata de uma manobra de diversão. «O que posso questionar é a data das notícias, que não é inocente», referiu Luís Miguel Henrique à Agência Lusa. «Os tribunais estão fechados e nada pode ser feito entretanto, por isso penso que isto foi, uma vez mais, uma forma de destabilização.»
 
Luís Miguel Henrique acrescenta que o treinador «está tranquilo, seguro e com a razão legal do seu lado». «No início de junho, antes de ir de férias, acautelou o seu futuro profissional e assinou um contrato com o Sporting com efeito a partir do dia 1 de julho.»
 
«A ida a Alcochete foi uma visita de cortesia para conhecer a casa. Nada mais do que isso. Não só no Benfica, mas em todos os clubes que representou, Jorge Jesus sempre cumpriu escrupulosamente, e da maneira mais leal, com todos os contratos que assinou.»
 
De resto, e segundo foi possível saber, Jorge Jesus e os seus representantes consideram que a argumentação apresentada por João Gabriel para justificar o argumento de que o treinador denunciou o contrato é frágil.
 
Tanto assim, aliás, que Raul José acompanhou Jorge Jesus na visita a Alcochete em junho, era até o adjunto que ia a conduzir a viatura, e ao contrário do treinador principal Raul José recebeu o pagamento pelo mês de junho. O que dá força ao argumento que a entidade patronal está a tratar de forma diferente dois funcionários.
 
Por fim, e sabendo-se que o advogado do Benfica é João Correia, causídico experiente e antigo Secretário de Estado da justiça, o treinador acredita que o argumento divulgado por João Gabriel não será o único a ser apresentado em tribunal.

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