Jorge Jesus considera que o futebol tem sido jogado em três tabuleiros, no campo, na comunicação e nas influências, e defende que é a altura de se falar mais do futebol jogado e desligar os holofotes dos jogadores. O treinador dos leões deu o exemplo e falou mesmo de futebol, no decorrer da antevisão do jogo com o Belenenses, comentando, inclusive, o embate entre os brasileiros do Grémio e os argentinos do Lanús da última madrugada.

Muito se tem escrito sobre as arbitragens, mas Jorge Jesus diz que se limita a responder às perguntas que lhe fazem, uma vez que, se depender dele, prefere mesmo falar de bola. «Tem a ver com as perguntas que fizerem. Isto é que é falar de futebol. Mas às vezes fazem com cada pergunta que não tem nada a ver de futebol. Temos de começar a falar mais de futebol. Hoje o futebol tem três componentes que estão ligadas ao jogo, Sempre foi um jogo, mas hoje há três jogos: o jogo no campo, o jogo na comunicação e jogo de influências», começou por referir.

Estava lançado o mote. Afinal quanto tempo perde Jesus a ver jogos? «Ainda ontem adormeci a ver o Grémio e o Lanús quando havia 2-0. Tinha visto o primeiro jogo, estamos a falar de uma final. O que é que tem a ver com isto? É futebol. Não tenho problemas em falar disto. Surpreendeu-me a equipa do Grémio. As equipas do Brasil são todas muito parecidas, não há grande trabalho tático. Mas a equipa do Grémio foi diferente, foi melhor nos dois jogos. Gostei muito da equipa do Grémio», contou.

Para Jesus, ver futebol não é perder tempo, mas é difícil conciliar horários. «Ontem perdi tempo a ver o Grémio. Levanto-me muito cedo, às seis da manhã estou acordado, depois deito-me muito tarde. A maior parte das vezes estou focado no trabalho do Sporting, nos adversários. É com tanta paixão que para mim não conto as horas», desabafou ainda.