Ricardo, antigo guarda-redes do Sporting, desvalorizou o atraso pontual dos leões na Liga e frisou que um dérbi frente ao Benfica transcende a classificação. O antigo internacional português falou à margem de uma iniciativa em Lisboa que reuniu figuras públicas ligadas ao Benfica e ao Sporting.

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«Quando há dérbis não existe classificação, não existe Liga, não existe nada», justificou o antigo guarda-redes dos leões, quando questionado em relação ao atraso de pontos do Sporting no campeonato [a dez pontos do líder FC Porto].

O empate de quarta-feira em Setúbal (1-1) e o jogo de domingo em que o Sporting recebe o Benfica, na 20.ª jornada da Liga, foram o pretexto para o antigo guarda-redes explicar que o dérbi é um fenómeno à parte.

«Para um jogo destes não há classificações que resistam, há acima de tudo uma paixão de muitos anos, de uma história gigante em jogos destes, que jogadores e treinadores querem ganhar», justificou Ricardo, deixando a estratégia de jogo para os técnicos.

Para o antigo guarda-redes, que foi campeão pelo Boavista e representou o Sporting de 2003 a 2007, antes de se transferir para o Betis, o encontro entre águias e leões é sempre para trazer as «emoções à flor da pele».

«Mexem com as emoções das pessoas, centram muito mais as atenções, mas acima de tudo o que desejo é que seja um bom espetáculo, dentro e fora de campo (…). Os dérbis deixam as emoções muito mais à flor da pele, até por questões culturais e de brincadeira, mas que, acima de tudo, seja só isso», defendeu.

Da sua memória, Ricardo destacou dois jogos, um pela positiva, em 2006, com Liedson (dois golos) e Sá Pinto (um) a derrotarem o Benfica na Luz, e outro pela negativa, crucial para arredar o Sporting da liderança e do título, numa cabeçada de Luisão, em 2005.

«É a memória que tenho. Ainda a semana passada estive com colegas e não estava com o Luisão há muito tempo, falámos sobre isso. São memórias gratificantes para eles e tristes para nós, porque nos foi retirada a possibilidade [do título]», contou Ricardo.

O internacional português não comentou se Luisão reconheceu ter feito falta, como o guarda-redes sempre defendeu, mas a sorrir disse para a questão ser colocada ao antigo central: «pergunte-lhe a ele, é giro».