Ruben Amorim, treinador do Sporting, em conferência de imprensa, depois da vitória sobre o Arouca (2-0), no Estádio de Alvalade, em jogo da 25.ª jornada da Liga:

[Análise ao jogo e mudanças na segunda parte]

- Em relação ao jogo, o que mudou foi termos marcado na primeira jogada da segunda parte. Tenho noção que entrámos bem no jogo e se o golo do Pablo [Sarabia] tivesse sido validado, teria sido diferente. Depois disso fomos um pouco precipitados. Na segunda parte, marcámos logo, tivemos mais espaços, a energia aumento e acabou por ser natural.

[A chegada de Slimani obriga o Sporting a mudar a forma de jogar?]

- A forma de jogar não vai mudar. O Paulinho adaptou-se bem e fez uma grande segunda parte. Nunca farei essa adaptação por causa de um jogador. Se um jogador marcar dois golos ou não marcar nenhum, como já aconteceu muitas vezes com o Paulinho, não vou mudar. Se tivermos numa série de dezasseis vitórias sou capaz de mudar mais facilmente se não tivermos resultados. O Slimani não é uma dor de cabeça, faz parte da evolução dos clubes. Vamos fazer crescer a equipa. Os jogadores já têm um patamar diferente. O Matheus Nunes está num patamar diferente, o Palhinha também.

[Vinagre voltou a ser titular, mas saiu ao intervalo. Também foi titular no início da época, mas desapareceu depois do jogo com o Ajax]

- É difícil para um jogador. Ele estava muito bem, entrou muito bem, de repente saiu, na altura com uma lesão. Perdeu confiança, perdeu tempo de jogo. Vai ter tempo para crescer. Hoje também fizemos várias mexidas no onze e isso também não ajuda os que entraram de inicio. É um jogador que já jogou na Premier League, já foi internacional, vai voltar a ter confiança e vai voltar a jogar.

[Fez hoje dois anos como treinador do Sporting, balanço?]

- Quando cheguei se dissesse a qualquer pessoa que aguentava dois meses, já era difícil . Ganhar os títulos que ganhámos ninguém pensava, nem eu pensava. Esta época fui eu também que criei as expetativas, ganhámos uma taça, estamos nas meias-finais de outra e estamos a lutar pelo título. Esses dois anos já passaram, agora queremos mais.

 [Hoje é dia de eleições, os três candidatos disseram todos que iam apostar em si]

- Sinceramente, as eleições têm-me passado um bocadinho ao lado, temos tido muitos jogos, a minha preocupação está com a equipa, com a formação. Em relação aos três candidatos apostarem na minha continuação, o meu pensamento é que se perdermos alguns jogos, os três vão dizer para eu sair.  Vejo isso com naturalidade. Obviamente que o Sporting foi campeão, ganhou umas taças e valorizou o plantel. Se não ganharmos, se não valorizarmos os jogadores e não ganharmos títulos, acontece o contrário.

[Sentiu-se como um trunfo eleitoral?]

- Não acho isso. A responsabilidade de estar aqui foi do presidente e do Hugo Viana, mas não me sinto trunfo de ninguém. É uma roleta. Estando a ganhar é um trunfo, estando a perder é uma fraqueza. Sinto uma ligação com esta direção porque foram eles que me foram buscar, mas não me sinto nenhum trunfo.