Rui Borges não acredita que tanto o Sporting como o Benfica promovam grandes alterações para o dérbi deste sábado. O Sporting, que vai entrar em campo com dois resultados possíveis, até pode jogar mais em contra-ataque, mas o treinador lembra que é a jogar assim, com transições, que o Benfica marca a maior parte dos seus golos.
«Isso do contra-ataque, vamos olhar para as duas equipas e o Benfica, nos últimos jogos tem ganho quase sempre em contra-ataque ou em ataque rápido. A malta às vezes fala do Sporting, mas quando olhamos para o adversário, tem feito a maioria dos golos em transições porque são fortes, porque têm uma qualidade acima da média, tal como Sporting», começou por enunciar na antevisão do dérbi.
Frente ao Gil Vicente, o Sporting revelou muitas dificuldades na procura de espaços, mas na Luz não vai ser assim. «É um jogo totalmente diferente, o jogo com o Gil nada tem a ver como jogo do Benfica amanhã. Tudo é diferente, tudo vai mexer com o jogo. O ambiente, temos tido um grande apoio. Tenho de dar mais uma palavras aos nossos adeptos que têm sido fantásticos naquilo do que tem sido o apoio e sentimento que têm passado para nós. Foram importantes no jogo com o Gil, continuarão a ser importantes amanhã, naquilo que será a saída da academia para o Estádio da Luz. Tudo vai mexer com o jogo e acredito que são coisas que às vezes não conseguimos controlar. A ansiedade de um jogador ou da equipa, mas a equipa também tem a ver com o individual. Vai ser um misto de perceber quem é que vai lidar melhor com a pressão em relação a tudo o que engloba o jogo», atirou.
E qual será a melhor arma do Sporting no campo do rival? «A minha arma é focarmos naquilo que temos feito enquanto equipa, com ou sem bola, perante o Benfica, com posse, em jogo organizado, naquilo que são as transições. Tentarmos estar sempre bem organizados para conseguir anular esses momentos do jogo da melhor forma. Acredito que será um bom jogo, com duas grandes equipas e esperemos que saímos vencedores, é para isso que trabalhamos. O Benfica tem a melhor defesa e o melhor ataque a jogar em casa, sabemos tudo. Acredito que do outro lado também há respeito para com esta equipa. Acima de tudo que seja um bom jogo», referiu.
Quem marcar primeiro, pode ganhar uma vantagem inultrapassável, mas Rui Borges recorda outras faculdades da sua equipa. «A diferença pode ser a capacidade de resiliência do grupo, os obstáculos que foi capaz de ultrapassar ao longo da época. O grupo deu sempre uma demonstração enorme de ambição e de coragem para ultrapassar fosse qual fosse os contratempos. Tudo o que engloba este jogo, o ambiente, o estádio, tudo, temos de saber lidar com isso. Faz parte do nosso ADN de equipa grande. A equipa que estiver concentrada mais tempo, que for mais capacitada, mais rigorosa, com grandes jogadores de parte a parte. Qualquer momento de distração pode levar a que uma equipa se sobreponha sobre a outra. São duas equipas com talentos individuais que a qualquer momento podem desequilibrar um jogo», comentou.
Uma rivalidade que se tem manifestado, um pouco por todo o país, em alguns casos com violência. «Olhamos sempre com alguma tristeza, é um jogo de futebol, há a paixão pelo jogo, mas a paixão nunca pode ultrapassar os limites. A paixão e a rivalidade são boas, mas nunca em excesso. Acho que o respeito tem de existir sempre. É de lamentar, que se foquem mais no apoio, como os nossos adeptos se têm focado. Têm passado aquilo que é o carinho que eles têm para connosco. É focar-nos nisso, a equipa sentir esse carinho e continuar a acreditar e a fazer o nosso melhor», destacou ainda.