Sousa Cintra repassou com muitos pormenores os meses que passou na presidência da SAD, durante o tempo de vigência da Comissão de Gestão, tendo referido por exemplo que recusou chegar a acordo com o At. Madrid e o Wolverhampton por Gelson Martins e Rui Patrício.

Primeiro Gelson Martins.

«Disse que o preço era de 100 milhões, referentes à cláusula, e o At. Madrid ofereceu 15 e 17 milhões de euros. Pensaram que o Sporting ia aceitar qualquer coisa mas enganaram-se. Cheguei a 45 milhões, mas estou convencido que o Atlético Madrid tem todo o interesse em fazer um acordo, porque o Sporting não vai perder este processo. Todos os advogados me dizem que não vai perder. Se tivesse dúvidas recebia os 20 milhões que o Atlético Madrid ofereceu no fim. Mas não quis e deixei para a próxima direção a negociar.»

Agora Rui Patrício.

«Não foram 10, foram 18 milhões de euros que o Wolverhampton ofereceu. Não sei é se a nova direção aceita os 18 ou quer mais. Podia ter aceitado, mas deixei para a nova direção.»

Sousa Cintra garantiu, de resto, nesta entrevista à SIC, que mandou «embora 42 jogadores, todos profissionais, entre emprestados e vendidos», que contratou «meia dúzia» e que estava disposto a vender Viviano «se houvesse uma proposta boa» que não houve.

No entanto não contratou o desejado avançado para jogar com Bas Dost, tendo tentado até ao último dia de mercado, mas sem sucesso. A esse propósito, Sousa Cintra garantiu que foi o Sporting – e particularmente o treinador José Peseiro – que não quis Muriel.

«Todos os jogadores com quem falei queriam vir. O Muriel seria um deles. Nós é que não o quisemos contratar e o nosso treinador teve alguma culpa nisso. Primeiro queria o jogador, depois já não queria e chegámos à conclusão que não valia a pena mandar vir só por vir.»

Sousa Cintra disse também que renovou contrato com Jovane porque o jovem ganhava dois mil euros por mês e «o Sporting não quer especulações», referindo que os jogadores que tinham rescindido regressaram ao clube porque queriam muito voltar.

«Houve algumas alterações sim, mas o Bruno Fernandes ganha exatamente a mesma coisa. Eles gostam do Sporting, se não gostassem não voltavam. O Bas Dost não tem segurança privada, nenhum deles tem segurança privada, há apenas a segurança na própria academia. Os rumores [de Bruno de Carvalho] atrasaram o regresso de Bas Dost, mas ele gosta do Sporting e de Portugal e no futuro até quer viver aqui.»

Por fim, Sousa Cintra garante que deixa a casa arrumada como não a encontrou.

«O Sporting tem os ordenados em dia, dos jogadores, dos funcionários, dos fornecedores, a Segurança Social está paga, tudo impecável. Está tudo preparado para a nova direção fazer o novo empréstimo obrigacionista no montante que quiser. O Sporting estava com algumas dificuldades, fomos nós que tivemos de pagar impostos e segurança social, havia penhora das contas, mas consegui pôr tudo na ordem.»