O Sporting pretende aumentar a remuneração dos três administradores executivos da SAD, incluindo o presidente Frederico Varandas, quer atribuir também uma remuneração aos administradores não executivos e quer passar a remunerar todos os orgãos sociais da SAD, algo que inédito no futebol português.
Para esse efeito, foi enviada aos acionistas da SAD uma convocatória para uma Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no dia 16 de maio, a partir das 18 horas, no Auditório Artur Agostinho, no Estádio de Alvalade.
A convocatória tem, de resto, um ponto único na ordem de trabalhos: «Apreciar e aprovar as alterações na remuneração fixa a introduzir na Política de Remunerações dos órgãos sociais da Sociedade propostas pela Comissão de Acionistas, para vigorarem a partir do exercício 2023/24», pode ler-se.
Ora para além desta convocatória, os acionistas receberam também a proposta da política de remunerações que a Comissão de Acionistas vai levar a votação.
Assim sendo, a Comissão de Acionistas propões os seguintes valores fixos:
Para chegar a estes valores, o Sporting pediu um estudo de benchmark salarial à Korn Ferry, a qual se guiou pelos valores conhecidos nas empresas do PSI-20: reconhecendo, ainda assim, que se trata de empresas de «dimensão e complexidade muito superior à Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD, dado o número de empresas dos Grupos e de mercados em que estão cotadas».
Aumento superior a 30 por cento para aproximar remuneração de Frederico Varandas da de Hugo Viana
Assim sendo, é proposto que Frederico Varandas tenha um aumento superior a 30 por cento na remuneração fixa por estar atualmente 11 por cento abaixo da média de mercado, por exercer uma função que «acarreta exposição mediática, desgaste da imagem pessoal e até risco para a integridade física» e por ter uma carga de trabalho e responsabilidades adicionais em função de acumular a presidência com «três direções críticas para o negócio».
Outra justificação apresentada para este aumento prende-se com a tentativa de aproximar a remuneração de Frederico Varandas da remuneração do diretor desportivo Hugo Viana, que está nesta altura «37,4 por cento acima do limite da remuneração base do Presidente do Conselho de Administração». Hugo Viana terá, portanto, um salário anual de 249 mil euros, Frederico Varandas vai ficar após esta revisão com um salário anual de 240 mil euros.
Administradores executivos com aumento de 45 por cento para ficarem no mesmo nível do presidente
Já os administradores executivos, e apesar de terem atalmente uma remuneração «alinhada com a mediana do mercado», vão ter um aumento de 45 por cento porque acumulam também três direções (Salgado Zenha) e cinco direções (André Bernardo) do negócio da SAD, e também para ficarem no mesmo nível salarial do presidente, ou seja o Q3, adaptado naturalmente às suas funções.
Para as duas administradoras não executivas é proposta uma remuneração de sete mil euros anuais, «atendendo ao nível de responsabilidade semelhante ao do Presidente do Conselho Fiscal, e à necessidade, prevista nos Estatutos da Sociedade, de estarem presentes em reuniões mensais de Conselho de Administração».
Conselho Fiscal e Mesa de Assembleia-Geral sem termos de comparação porque nos rivais não são remunerados
Refira-se por fim que a consultora Korn Ferry reconhece que tentou determinar a remuneração dos órgãos sociais guindo-se pelo que acontece nas outras sociedades desportivas, o que foi impossível: FC Porto e Benfica não remuneram os restantes orgãos sociais e o Sp. Braga não divulga remunerações. Por isso teve de se guiar pelo acontece na empresas do PSI 20.
«Propomos que o Presidente e os Vogais do Conselho Fiscal sejam remunerados ao nível da média das empresas com valores mais baixos da amostra – Corticeira Amorim (9900 e 8800 euros, respetivamente) e Ibersol (4000 e 3000, respetivamente)», pode ler-se por exemplo na jusficação paras as propostas de 7000 e 6000 euros de presidente e vice-presidente do Conselho Fiscal.