Coates perdeu no começo do ano o ex-companheiro Santiago 'Morro' García, com quem jogou na seleção do Uruguai e também no Nacional. A morte do amigo de longa data, que, segundo informações oficiais, se suicidou, mexeu bastante com o central uruguaio.

«Perder um amigo foi muito duro. Ele passava uma imagem para nós de que tudo estava bem. Este, talvez, seja um problema que acontece com estas pessoas. Não só dentro do futebol, mas também no dia a dia. Quando há depressão, há esta situação negativa, que veem tudo negativo... no futebol também é difícil. Nós passamos por muitas coisas, muitas vezes fazem ligações com alguma coisa que não tem nada a ver com o que passamos dentro do campo. É difícil para os jogadores e também os seus familiares. Há muitas pessoas que não procuram ajuda, e talvez tenha sido isto o que aconteceu neste caso. Temos que procurar ajuda, tentar não chegar a tomar esta decisão tão difícil e tão drástica», desabafou o central do Sporting, em entrevista à CNN Portugal.

O cuidado com a saúde mental é um tema que o capitão uruguaio procura seguir de perto, assim como muitos clubes nos dias de hoje. Já as redes sociais cada vez mais estão menos presentes na rotina do camisola 4 leonino.

«Acho que há muitos clubes que trabalham isto [saúde mental]. Obviamente, também existe a questão das redes sociais, muitas pessoas colocam no Twitter qualquer coisa que lhes passa pela cabeça e, por vezes, não veem que do outro lado pode gerar algo no atleta, no jogador ou em de qualquer um», destacou.

«Não é fácil [lidar com as redes sociais]. Por isso, opto, muitas vezes, por não olhar. E que a minha família também não esteja envolvida nas redes sociais, que não vejam o que possam escrever de mim ou de algum companheiro meu. Do meu ponto de vista é a melhor forma. Não podemos agradar a todos, nem a forma como jogamos, nem a forma como somos. Haverá sempre alguém vai dizer alguma coisa que não vamos gostar. Então, prefiro não ver. Se alguém tem algo para falar ou para escrever, fique à vontade. Mas não vejo lógica nenhuma em escrever qualquer coisa. Procuraria ir à frente e falar. Às vezes é difícil, mas procuraria mais isso, do que escrever de um lado e deixar aí», finalizou.