Pedro Gonçalves elogiou Ruben Amorim e não escondeu a admiração pelo técnico, com quem espera trabalhar ao longo de vários anos.

«Tem-me ajudado muito, tem dado muitas indicações. Fico lisonjeado por trabalhar com ele, é um grande treinador e espero continuar com ele muitos mais anos. Incutiu-me uma ideia muito diferente», disse em entrevista à 'BetanoMag'.

O atacante do Sporting melhor marcador do campeonato em 2020/21, com 23 golos, assume que não imaginava chegar até este patamar.

«Procurava voltar ao nosso país porque aqui temos uma imagem muito maior do que fora. Nos Wolves sub-23 não estava a dar nas vistas e voltei a Portugal para dar um passo atrás e, depois, dar muitos à frente. Foi o que aconteceu. Fico muito contente por ter dado tudo pelo Famalicão e espero que a minha história tenha sido boa», reconheceu.

«Nunca pensei poder chegar até aqui. Sempre foi no dia a dia e nunca pensei chegar até ao Sporting. Muito menos pensar que podiam criar uma música para mim, fico orgulhoso. O meu objetivo é dar tudo pelo clube e fico contente por pessoas notarem que faço tudo pelo Sporting.»

Para a rápida adaptação aos leões, foi fundamental a «coesão» do plantel. «O grupo era jovem e alegre tal como eu. O mister fez o seu papel, falou comigo e meteu-me bem as ideias para estar dentro do grupo.»

«A coesão foi natural, mas também trabalhado pelos treinadores. Tínhamos muitas atividades para interagirmos uns com os outros e os resultados eram favoráveis. Quando um grupo ganha tanto tempo, como no ano passado sentes que é muito unido. Claro que, depois, se os resultados não aparecerem há sempre desconfiança e não fica tão unido. Mas este grupo é diferente, dá sempre a cara.»

Pote recordou ainda a última jornada do campeonato da época passada, em que precisava de fazer um ‘hat trick’ para ultrapassar Haris Seferovic no topo dos melhores marcadores e conseguiu mesmo esse feito.

«Entrei em campo sabendo que tinha de marcar três golos. Tive o apoio de todos, que me diziam que eu ia conseguir e que iam fazer por isso. Fiquei muito contente porque foi um prémio meu, mas também de toda a equipa», realçou.

Esta temporada, o atacante leonino leva sete golos na Liga, mas não se deixa afetar pelas críticas daqueles que esperavam que marcasse mais.

«Essa questão é gerida nos treinos. Sou um jogador que trabalha todos os dias para dar o seu máximo. Claro que as pessoas ficam a pensar 'ah, o Pedro Gonçalves ainda não marcou, o Pedro Gonçalves ainda não fez aquilo'. É normal, porque fui eu que fiz com que as pessoas se sentissem assim e fico contente por isso. Claro que tenho de trabalhar mais para todos os dias dar o meu melhor», vincou.

«No ano passado os adversários jogavam de maneira diferente contra nós. Este ano sentimos que nos têm mais respeito, somos os campeões nacionais. Eu procurava muito o espaço e as ruturas. Este ano não tem havido tanto esse espaço, tem de ser mais jogo interior e tenho feito mais assistências porque os adversários estão mais atrás», acrescentou ainda.

Em estreia na Liga dos Campeões na atual temporada, Pote assume que sentiu que a prova milionária é «um nível completamente diferente». «São as melhores equipas da Europa e toda a gente tem qualidade. Se deres o mínimo de espaço ao adversário, ele vai fazer-te sofrer. São pequenos detalhes, o jogo é muito mais rápido e intenso, mas também é pela preparação mental, que é muito importante no futebol. Se vais jogar na Champions contra uma equipa como o Manchester City, já vamos a pensar nisso, então temos de estar muito bem preparados mentalmente. A parte mental faz muita diferença.»

Pedro Gonçalves revelou ainda que Andres Iniesta e Cristiano Ronaldo eram os seus ídolos de infância e destacou os laços de amizade com Ruben Neves, com quem viveu em Inglaterra durante três meses.

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