Duas transições rápidas e um erro crasso num lance de bola parada ditaram a derrota do Sporting em Eindhoven, de pouco valendo os golos marcados pelo capitão Bruno Fernandes e pelo estreante Pedro Mendes que só precisou de um minuto em campo para festejar. O novo leão de Leonel Pontes apresentou-se mais consistente e seguro do que no Bessa, mas tem ainda um longo caminho a percorrer. As transições defensivas continuam a deixar marcas fortes neste leão em reconstrução.

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O Sporting entrou melhor no jogo, com uma equipa solidária, com todos os setores bem apoiados. Leonel Pontes apostou num 4x4x2 em losango, com Doumbia à frente da defesa, Wendel e Miguel Luís mais abetos e Bruno Fernandes nas costas de Vietto e Bolasie, com o congolês mais descaído sobre a direita. Uma equipa que entrou confiante, com uma boa consistência a defender e com uma boa saída para o ataque.

O PSV pareceu ago surpreendido nos primeiros instantes, com dificuldades em conseguir profundidade e em chegar à área de Renan. Van Bommel apostou numa equipa muito jovem, com destaque para a Ihattaren, com apenas 17 anos. Um onze talhado para explorar a velocidade de Bergwijn e Bruma sobre as alas e, acima de tudo, do goleador Malen.

Com mais posse de bola, os leões pareciam seguros em campo e Bruno Fernandes até ensaiou o primeiro remate à baliza. Logo a seguir a consistência leonina desmoronou-se em dois tempos. Em duas transições rápidas, o PSV marcou dois golos em cinco minutos e deixou claro que a superioridade da equipa de Leonel Pontes era apenas uma ilusão.

Malen, o jovem que no domingo tinha marcado cinco golos ao Vitesse, foi o primeiro a ferir o leão. Com o Sporting balanceado no ataque, o jovem saiu disparado, ultrapassou Coates em velocidade, depois contornou Luís Neto e bateu Renan como quis. Bola ao centro e, cinco minutos volvidos, novo golo para o PSV, em mais um lance rápido, desta vez com Bruma a escapar pela direita e a cruzar tenso. Coates esticou-se todo para se antecipar a Malen, mas acabou por empurrar a bola para as redes de Renan.

Em cinco minutos a segurança leonina transformava-se em desilusão e ansiedade. Agora era o PSV que transpirava confiança e trocava a bola diante de um leão que parecia perdido em campo. No entanto, foi neste novo quadro que o Sporting ganhou nova vida, aos 38 minutos, ainda antes do intervalo. Dumfries derrubou Bolasie dentro da área e, na marca dos onze metros, Bruno Fernandes atirou a contar.

Uma primeira parte que deixava claro que o Sporting não era inferior ao PSV, tinha é que reforçar o foco e evitar novas distrações. Aconteceu o contrário. Logo a abrir a segunda parte, na sequência de um canto, Viergrever ameaçou junto ao primeiro poste, não chegou e a bola sobrou para Baumgartl atirar a contar. Muito mau. Os dois centrais do PSV à vontade na área de Renan.

Os leões procuraram responder, subindo linhas, voltando a pressionar o PSV junto da sua área. Bruno Fernandes, de cabeça, atirou ao ferro e, logo a seguir teve nova oportunidade soberana para marcar, numa remate-surpresa fora da área. Zoet defendeu para a frente e Miguel Luís, na recarga, atirou ao lado. O jogo voltou a ganhar intensidade, o capitão do Sporting voltou a ameaçar o golo e Jovane também teve uma oportunidade nos pés.

Leonel Pontes já tinha lançado Jovane Cabral para o lugar do apagado Vietto e, a dez minutos do final, lançou também Pedro Mendes, avançado dos sub-23, para o lugar de Miguel Luís. O jovem precisou apenas de um minuto para fazer golo. Boa receção de costas para a baliza, ligeiramente descaído para a esquerda e remate à meia volta a surpreender Zoet, com a bola a entrar junto ao poste.

Um golo que fez tremer o PSV. O Sporting, afinal, ainda tinha possibilidades de sair de Eindhoven, pelo menos, com um ponto, mas nos últimos instantes da partida a maior figura dos leões foi mesmo Renan que negou golos a Doan e Gapko.

Ficou a sensação que o Sporting podia ter sido bem mais feliz nesta estreia na Liga Europa. No fundo foram três erros que custaram caro, pois, nem o esforço de Bruno Fernandes, nem a auspiciosa estreia de Pedro Mendes serviram para anular os erros cometidos.