O futebol pós-pandemia vai ser diferente, ninguém tem dúvidas disso. E uma das grandes diferenças será a ausência de público dos estádios, pelo menos nesta primeira fase de competições.

Mas como será que os protagonistas vão reagir a isso? Também não vai ser fácil. Essa é a certeza que fica ao escutar a opinião de Coates, defesa uruguaio do Sporting.

«Nunca joguei assim como profissional. Nas camadas jovens tínhamos 150 pessoas nos estádios, com a nossa família, mas agora será diferente. Há microfones em todo o lado que vão registar tudo, sem som ambiente», descreve, numa conversa com a página «NBA Patológicamente».

«Vão ouvir-nos dizer mal dos árbitros e a dizer alguns palavrões. Até se poderá especular sobre o mau ambiente entre os jogadores quando houver uma discussão no campo. Porque não estamos habituados a ser escutados», continua.

Nesse sentido, Coates abordou a forma como os jogadores comunicam dentro do campo, muitas vezes com a mão à frente da boca, algo que até considera… paranóico.

«Muitas vezes tapamos a boca porque não queremos que se saiba o que dizemos aos colegas de equipa. Chega a ser um comportamento paranoico, até nos treinos o fazemos, mas é algo que já está no subconsciente», relata.

Coates falou também do confinamento e das dificuldades que passou, ele que teve uma lesão grave no joelho em 2014.

«Passar um mês na passadeira é muito mau para nós. Perdemos massa muscular e os tendões ressentem-se. Eu fui operado ao joelho em 2014 e comecei a sentir dores por correr na passadeira. Felizmente voltei ao relvado e tudo mudou», disse, antevendo: «Vamos sofrer nestes dois meses.»