O Sporting de Braga tem várias baixas para a visita deste sábado a Alvalade, algumas delas provocadas pela covid-19, mas Rúben Amorim rejeita a ideia de receber um adversário fragilizado.

«Não somos a melhor equipa para falar de baixas. Fomos a equipa mais prejudicada com a covid-19. Fizemos quatro jogos com jogadores infetados. Fomos eliminados da Liga Europa nessa altura, e ninguém justificou a eliminação por isso. Por isso não vou ser eu a dizer que o Braga está mais frágil. Tem um grande plantel, não vejo um Braga mais fraco. Fez um grande exibição com o Boavista e estamos preparados para um Braga na máxima força», referiu o técnico leonino, em conferência de imprensa.

Poucas horas antes, também no lançamento do encontro, Carlos Carvalhal destacou a maior frescura do Sporting, que não está nas provas europeias. Confrontado com isso, Rúben Amorim assumiu os factos.

«O Braga tem mais quatro jogos do que o Sporting. É um facto. Não há muito a dizer. O que nos interessa é vencer o próximo jogo, não damos muita atenção a isso», referiu o técnico, que assumiu postura idêntica ao ser questionado sobre a circunstância de o Sporting ainda não ter vencido nenhum dos três primeiros classificados.

«É verdade que ainda não vencemos nenhum dos três primeiros classificados, mas também nenhum nos venceu. Podemos ver de ambas as formas. O jogo com Braga vale tantos pontos quanto o jogo do Belenenses. No máximo somos capazes de vencer qualquer equipa. Somos capazes de vencer o Benfica, o Porto e o Braga, e perder com o Portimonense ou o Boavista», afirmou.

Amorim espera «um jogo complicadíssimo, como todos», frente a um Sp. Braga que tem «um excelente plantel, um bom treinador, e que é um clube habituado a estes jogos, com jogadores experientes».

«Têm uma ligação especial entre eles. Mas estamos preparados. Sabemos jogar com os momentos do jogo. Temos alguma inexperiência em certos momentos, mas já nos adaptámos bem, como os resultados indicam. Vamos defrontar uma excelente equipa mas estaremos preparados», antecipou.

Amorim destacou que «a obrigação é trabalhar no máximo, isso é inegociável».

Em relação ao reencontro com o Sp. Braga, clube no qual fez a estreia na Liga como técnico, e que já tinha representado como jogador, Amorim assumiu que será especial, mas que será ainda mais especial se conseguir os três pontos.

«Vou reencontrar pessoas que me marcaram. Adorei a cidade, como jogador e treinador. Serei sempre grato ao Braga pela oportunidade que me deu. Não mais do que isso. É sempre especial quando ganhamos, e é esse o objetivo», referiu.

O treinador do Sporting foi questionado sobre uma aparente quebra no rendimento da equipa, e se isso estaria também relacionado com o conhecimento que os adversários vão adquirindo, mas alertou para o risco de olhar apenas para os resultados.

«As equipas também nos estudam, e depois temos dias mais inspirados do que outros. O empate em Famalicão, para mim, foi o nosso melhor jogo. E foi quando perdemos dois pontos. Não podemos ver só pelo resultado. Em Guimarães tivemos momentos em que não controlámos tão bem, mas se calhar tivemos mais espaço. Temos de olhar para o jogo em si e preparar os próximos. O importante é que temos vencido. Também rodámos a equipa toda com o Mafra. Temos de ver jogo a jogo. Há certos jogos em que não temos sensações tão boas, e depois o jogo torna-se complicado, como foi o último, também com o relvado difícil.»

No mesmo sentido, Amorim desvalorizou a exibição apagada de Pedro Gonçalves frente ao Belenenses, assim como a opção de Nuno Santos como suplente: «Às vezes estamos em maus momentos e temos um jogo espectacular, outras estamos num grande momento e bloqueamos. O Pedro tem jogado muito bem, fez um inicio de época que não é normal em nenhum jogador. Colocou a fasquia tão alta que agora tem de encontrar o normal. O Nuno Santos tem feito um trabalho incrível. Ficou de fora porque temos outros jogadores que apareceram bem e lutam por um lugar, como o Tabata, e que, dependendo da estratégia, podem entrar», justificou.