Em caso de vitória sobre o Gil Vicente, nesta terça-feira, o Sporting amplia para oito pontos a vantagem sobre o FC Porto, atual segundo classificado que empatou no domingo com o Sp. Braga.

Apesar do fosso que poderá cavar-se para a concorrência, o treinador dos leões garantiu que ainda há muito campeonato pela frente e lembrou que o futebol está estranho, razão pela qual é preciso manter o foco.

«Tenho a certeza que não. Ainda há muito campeonato e, se fizermos as contas de forma pragmática, são muitos pontos, ainda temos jogos entre nós, uma segunda volta inteira e já ficou provado que toda a gente pode perder pontos em qualquer estádio. O que temos de fazer é ganhar o próximo jogo e depois estamos confortável. Temos o jogo de Barcelos, quando viermos estamos confortáveis e começamos a pensar no próximo. Não vamos mudar e, aconteça o que acontecer em Barcelos, o título continua em aberto. Continuarão a haver os mesmos candidatos ao título, com diferenças pontuais, mas tudo pode acontecer», observou em conferência de imprensa.

Amorim lembrou que o percurso dele enquanto treinador e o que aconteceu no Mundo é a prova disso mesmo. «Em dezembro estávamos no CNS [Campeonato de Portugal no Sp. Braga B], depois, passados dois meses, estamos a ser vendidos por 10 milhões e depois o mundo parou com uma pandemia. E oito pontos não são recuperáveis? O campeonato está estranho e tudo pode acontecer.»

O treinador do Sporting explicou depois por que razão continua sem assumir a candidatura ao título. «Obviamente que as coisas mudam, mas da mesma forma que mudaram num mês, porque tínhamos uma vantagem pequena, no próximo mês tudo pode mudar para o contrário. A equipa continua a ser a mesma, uma equipa nova, também com jogadores experientes, mas nova. Mudámos muito de um ano para o outro.»

Para Amorim, é preciso ver como reage a equipa em situação de extrema adversidade. «Sabemos que ainda vamos sofrer muito e, não tendo um conhecimento grande da nossa resposta a períodos maus, porque ainda não tivemos, é uma questão de coerência. Estamos a jogar bem, a ganhar, já tivemos alguns períodos maus, mas ainda não tivemos uma fase muito má, que pode acontecer a qualquer equia. São sabendo a resposta da equipa, vamos pelo que combinámos no início da época: ir jogo a jogo e fazer o caminho desta maneira», justificou.

A 17 jornadas do final da Liga, e com a equipa cada vez mais isolada da liderança, a crença no universo sportinguista em ver um título chegar ao fim de 19 anos cresce a cada dia que passa.

Mas terá a equipa de Ruben Amorim receio de não estar à altura das expetativas que alimentou até aqui? «Não há medo. Há noção de que se pode perder em três jogos ou em dois jogos. Já aconteceu no passado e acho que esse receio é bom porque no mantém focados no trabalho. Quando iniciámos este projeto havia muito mais dúvidas, tínhamos muita gente contra nós e os sportinguistas estavam muito divididos. Fiquei feliz por ver um ex-presidente do Sporting mostrar que o clube está cada vez mais unido. Agora, faltam os resultados desportivos, que dão força a essa união. Não somos ingénuos ao ponto de pensar que está tudo feito e isso pode mudar de um momento para o outro», disse antes de notar que há uma sintonia de pensamento entre a estrutura leonina e os adeptos no que diz respeito à equipa de futebol.

«Ouço muito os sportinguistas e eles estão muito cautelosos. Sabem que isto pode mudar de um momento para o outro, mas a nossa atitude não vai mudar e eles podem estar descansados em relação a isso.»