O Sporting versão 2022/23 mostrou pela primeira vez a cara esta quarta-feira, depois de cinco particulares à porta fechada: o resultado não é brilhante, mas também não é importante. As sensações, principalmente no primeiro tempo, podem ter sido boas para Ruben Amorim tirar apontamentos.

Diante do Union St. Gilloise, vice-campeão belga, os leões empataram 1-1, num particular de pré-época realizado no Algarve e que em certas alturas pareceu ser um desafio oficial, com muitas «picardias» entre as duas equipas – o conjunto da Bélgica pôs muita, às vezes demasiada, intensidade nos duelos.

As sensações, como já foi referido, foram razoáveis, ainda que esta seja uma versão muito beta do Sporting. Senão vejamos: o onze escalado por Amorim contou com três reforços – Franco Israel, Morita e Fatawu. Houve ainda Mateus Fernandes, Luís Gomes e Chermiti, meninos da formação.

Pesos pesados, só mesmo Coates, Neto e Porro. O onze do Sporting: Franco Israel; Porro, Coates, Neto, Marsa, Nazinho; Fatawu, Mateus Fernandes, Morita, Luís Gomes e Chermiti.

Este leão já domina, mas não a tempo inteiro

Mesmo com tantas caras novas e sem a química pretendida, este leão não se fez de rogado e dominou toda a primeira parte.

À maior qualidade que é facilmente reconhecida ao conjunto verde e branco, juntou-se a vontade de Amorim ensaiar aquele que será o tom da equipa em 2022/23, nomeadamente no momento sem bola.

O FILME DO JOGO.

Mais do que os momentos de organização e transição ofensiva, o jovem técnico mostrou-se particularmente atento aos momentos defensivos sem bola.

Edwards foi incentivado a reagir rápido à perda, Morita – um dos melhores da tarde/noite – recebeu ordens para comandar o posicionamento do meio-campo – bem adiantado. São apenas dois exemplos da preocupação de Amorim. O «junta, junta» que o treinador gritou para os seus jogadores a dada altura, aliás, é um belo exemplo disso.

E na frente, apesar de nem sempre inspirado e algumas vezes pouco criterioso, o ataque leonino foi capaz de oferecer alguns calafrios à defensiva contrária. Foi num desses momentos que surgiu o penálti conquistado por Edwards, depois de um passe magistral de Morita, que Porro concretizou.

Mas este Sporting já não apareceu para a segunda parte, o que é, em boa verdade, natural.

Desgaste físico paga fatura

Com novo teste esta quinta-feira, Amorim optou por uma menor rotação dos jogadores e o onze jogo que havia iniciado a partida manteve-se no início da etapa complementar.

O cansaço físico acabou, por isso, por pagar fatura, ainda que o leão tenha lutado até à última gota.

Não que Franco Israel, primeiro, e André Paulo, depois (este último só uma vez teve de aplicar-se a sério, já nos minutos finais), tenham sido muitas vezes ameaçados. Mas o adversário belga chegou ao empate logo no início dos segundos 45 minutos – Ross Sykes aproveitou uma desatenção momentânea da defensiva de Alvalade –, e depois faltou engenho, sim, mas também muita frescura para oferecer outras coisas ao encontro.

O resultado é o menos importante, claro, num encontro que ainda estará muito longe daquilo que será o Sporting dos próximos meses. Ainda assim, descontando o nervosismo evidente de alguns jovens, como Chermiti e Fatawu, Amorim terá boas ilações a retirar deste teste, em que deixou muitas caras importantes na bancada – incluindo Trincão, o mais recente reforço.

Morita, por exemplo, esteve em muito bom plano e dá garantias para o futuro, enquanto Edwards, a espaços, desequilibrou, assim como Rochinha, quando entrou.

Esta quinta-feira há novo teste, mais exigente, ante o Villarreal, mas que deverá contar com um elenco mais robusto por parte dos verdes e brancos.