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História em Nyon. O FC Porto é a primeira equipa portuguesa a conquistar a UEFA Youth League e, como é aconselhável nos eventos de charme, fê-lo em grande estilo.

Fê-lo, sobretudo, com uma inteligência e lucidez incomuns para uma equipa ainda tão jovem. O resto, naturalmente, foi qualidade e aproveitamento de momentos essenciais no jogo.

Os meninos de Mário Silva foram capazes de sobreviver a uma entrada fortíssima do Chelsea – culpa das arrancadas de Lamptey na direita e das dificuldades de Tiago Lopes -, de sossegar o ritmo de jogo, de passar a ter mais bola e de levar o estilo da final para onde queriam.

Mor Ndiaye e Fábio Vieira – duas grandes exibições! – passaram a comandar o meio-campo e seria mesmo o esquerdino a abrir o marcador aos 18 minutos. O colombiano Ángel Torres cruzou na direita, a bola passou à frente da baliza e Fábio surgiu a encostar ao segundo poste.

A final da UEFA Youth League AO MINUTO: 3-1

É verdade que Diogo Costa passou por alguns problemas perto do intervalo, mas o Chelsea ameaçador dos minutos iniciais só reapareceu mesmo no segundo tempo. Por culpa, veja-se bem, do próprio Diogo Costa.

Num cruzamento feito da direita, aparentemente controlável, o guarda-redes precipitou-se e ficou a meio do caminho entre a baliza e Redan. O ponta-de-lança do Chelsea agradeceu e cabeceou para o empate.

Ainda os ingleses festejavam e já Diogo Queirós corrigia o lapso do homónimo. Pontapé de João Mário, duplo ricochete nas luvas de Ziger e golo de Queirós com todo o coração amarrado ao joelho esquerdo. À capitão!

UM A UM: a análise aos campeões do FC Porto

Daí em diante, FC Porto + FC Porto + FC Porto. Controlo total do jogo, personalidade a gerir a bola e bloco médio sem bola, quase sempre a uma distância segura da baliza de Diogo Costa.

Afonso Sousa entrou para fazer o 3-1 e dedica-lo certamente ao avô António, campeão europeu em 1987, cujo 62º aniversário se celebrou no domingo. O entendimento com Romário Baró foi perfeito e o remate encontrou umas luvas clementes na baliza inglesa.

Tudo resolvido, com personalidade e qualidade. E há qualidade em tantos destes jovens. Seguiremos atentamente o percurso de cada um deles, tentaremos perceber o que pretende o FC Porto das suas carreiras.

O valor está lá, é entusiasmante. Resta saber se a política do clube o abraça ou colide de frente com ele.  

FICHA DE JOGO:

Árbitro:
François Letexier (França) 

FC PORTO: Diogo Costa; Tomás Esteves, Diogo Queirós, Diogo Leite e Tiago Lopes; Mor Ndiaye e Fábio Vieira (Vítor Ferreira, 71); Ángel Torres, Romário Baró (Gonçalo Borges, 88) e João Mário (Afonso Sousa, 63); Fábio Silva (Boris Enow, 88).

Suplentes não utilizados:  Francisco Meixedo (GR), Tiago Matos e Pedro Justiniano.

CHELSEA: Ziger; Colley, Gulehi e Maatsen; Lamptey, McEachran, Gilmour, Gallagher e Familio-Castillo; Redan e McCormick.

Suplentes: Tie (GR), Brown, Anjorin, Mola, Lavinnier, Lawrence e Nunn.

GOLOS: Fábio Vieira (18), Redan (53), Diogo Queirós (55) e Afonso Sousa (75)