Ilídio Vale escolheu um grupo de 21 jogadores para o Mundial sub-20, na Colômbia, que dá todas as garantias de «uma equipa muito competitiva» e optimismo q.b. na superação do primeiro grande objectivo, que é a fase de grupos. O treinador nacional não tem dúvidas de que Portugal vai ser «um adversário difícil para as outras selecções», mesmo não tendo a maior parte dos jogadores a experiência competitiva dos demais.

«Assumimos a responsabilidade de que jogaremos e lutaremos até ao limite das nossas capacidades pelo sucesso, com uma convicção muito forte do que somos e valemos. Podemos não ser a equipa mais talentosa, mas podemos ser os mais fortes. Não vamos assumir nenhum compromisso, mas lutaremos até ao limite no sentido de vencer. Este Campeonato do Mundo vai juntar uma geração de jogadores muito boa, a maior parte das selecções em prova tem jogadores muito valiosos, que integram as equipas principais. Uma das menos valiosas pode ser a nossa, mas é isso que queremos inverter», defendeu Ilídio Vale, nesta quarta-feira, após o anúncio da convocatória.

Portugal volta a estar presente num Mundial sub-20 depois de em 2009 ter falhado a qualificação para o Egipto. Em 2007, no Canadá, a selecção das quinas não passou da fase grupos, resultado que Ilídio Vale espera superar.

«Queremos fazer a nossa história. Respeitamos todos os adversários, têm jogadores muito talentosos, mas acho que a nossa selecção é capaz de ser competitiva com qualquer adversário. Em qualquer jogo temos o objectivo de superar os rivais e queremos chegar o mais longe possível. Mas antes de passar a fase de grupos temos de vencer o Uruguai [primeiro jogo]», perspectivou, sem apontar o dedo ao maior obstáculo na fase inicial: «É difícil selecionar o adversário mais difícil. Para nós o mais difícil é o primeiro jogo. São adversários com qualidade, é um grupo muito competitivo, esperemos estar ao melhor nível.»

Tratando-se de um Mundial sub-20 são inevitáveis as comparações com os campeões mundiais de 1989 e 1991, uma geração de ouro no futebol português que o técnico nacional gostaria de ver repetida na totalidade, apesar de encontrar já uma semelhança.

«Espero, antes de mais, que tenha alguma semelhança nos resultados. São momentos completamente diferentes e essas equipas revelaram além do talento uma atitude competitiva muito forte, atitude essa que esta também tem», analisou.

Para o fim ficaram as dificuldades na elaboração da convocatória, face à pouca experiência que a maior parte dos jogadores tem comparativamente às selecções adversários, em que muito dos seus talentos alinham já nas equipas principais.

«A grande questão que temos de resolver é a das vivências desportivas. É um problema que temos tentado atenuar através da organização do nosso trabalho. Esse handicap em competição é, por vezes, penalizador. O jogador desta convocatória que tem mais tempo de utilização numa liga profissional (II Liga) equivale a dez dos outros. Se as vivências desportivas fossem mais ricas e constantes as preocupações seriam menores. Mas conhecemos as debilidades e estamos cá para as superar», explicou Ilídio Vale, lamentando: «Tratamos muito mal aquilo que construímos. Somos um país pequeno mas somos capazes de construir talentos e a prova é que continuamos a ser competitivos. Os nossos jogadores têm condições e potencial para se afirmar ao mais alto nível. É necessário uma visão diferente sobre o que é o jogador português e o seu potencial.»