Pedro Ribeiro volta finalmente a sorrir. O central regressou à competição no último fim-de-semana e reconquistou a felicidade. Para trás ficaram três meses de inactividade provocados por uma grave lesão, primeiro, e por problemas burocráticos, depois. No domingo passado voltou a jogar pela formação secundária do F.C. Porto e não esconde o alívio com que o fez. «Foi muito complicado», recorda, «mas felizmente já passou».
Pelo caminho recuperou a ilusão de marcar presença no Europeu sub-21. Pedro Ribeiro fez grande parte da fase de apuramento, era até o capitão da selecção, mas a indefinição em torno do futuro lançou a dúvida sobre a presença na fase final. Agora é diferente. «É um sonho que quero concretizar», diz. «Sei que ainda não estou no pico da forma física e que tenho de ganhar ritmo, mas até ao início da prova acho que vou recuperar».
«Três meses de calvário que chegaram finalmente ao fim»
Tudo começou em Novembro passado. Durante um jogo da Taça de Portugal, ainda ao serviço do Marco, o jovem central contraiu um pneumotorax. Curiosamente no estádio do Dragão, num jogo contra o F.C. Porto. Ele que se encontrava na formação da Liga de Honra por empréstimo dos azuis e brancos. «Foi uma lesão complicada e cheguei a ficar com receio», conta em conversa com o Maisfutebol. «Foi uma situação complicada». Atirado para uma cama do hospital, Pedro Ribeiro procurou então todas as forças para se manter esperançado no futuro. «Valeu-me o apoio que recebi dos meus pais, que estavam sempre comigo no hospital, do resto da minha família e de muitos amigos».
Acabou por recuperar em cerca de dois meses. Quando se preparava para retomar a competição no F.C. Porto voltou a ter de ficar encostado por uma questão burocrática. Os azuis e brancos queriam que o central regressasse ao clube, o Marco não facilitou a desvinculação e o prazo de inscrições na Liga de Clubes fechou. Pedro Ribeiro, Vieirinha e Gonzalo ficavam assim impedidos de actuar. «Quando estava no hospital mantive-me sempre a par dos problemas que havia com o Marco, mas ao mesmo tempo tentei que isso não me afastasse porque antes de mais tinha de recuperar», conta. «Fazia um esforço por pensar que a minha saúde está à frente de tudo».
Quando finalmente se recuperou, aí sim a questão que o impedia de jogar tornou-se dramática. «Foi pior do que a lesão», diz. «Já estava recuperado e não se sabia se ia poder jogar o resto da época». Valeu que a Liga deu razão ao F.C. Porto e os jovens puderam ser inscritos. Regressando de imediato à competição. «Estive muito tempo parado é foi muito bom voltar a jogar futebol». Agora só quer estar no Europeu sub-21. Pelo prazer e pela dívida que tem para com o seleccionador. «O mister Agostinho acompanhou-me durante este tempo. Falava muito comigo, falava com os médicos do F.C. Porto, estava sempre a par de tudo. Deu-me muita força para olhar em frente».