Um golo quando ainda nem havia pinga de suor em campo desequilibrou desde cedo o marcador entre Portugal e Croácia, em particular de sub-21, em Rio Maior. Houve lugar a estreias, uma delas com golo e uma boa exibição, mas houve, acima de tudo, um bom ponto de partida pela coesão demonstrada. Se as equipas são para ser formadas a partir da defesa, Portugal demonstrou que, pelo menos frente a esta Croácia, sabe tapar caminhos.

No ataque, o problema de sempre. Com falta de uma referência e um jogador que desequilibre como ponta de lança, ou seja, alguém que seja claramente melhor que os outros, Rui Jorge preferiu lançar dois na função. Tó Mané e o estreante Fábio Martins. Ambos móveis, mas «leves». Estiveram bem marcados, mas aqui e ali souberam encontrar espaços. Mais espaços encontrou a dupla que terminou o encontro. Tão diferentes que são, Lucas João e Aldair acabaram com a história do encontro.

Erro e solidez

A estratégia portuguesa foi de pressionar alto desde o primeiro instante. Por isso, quando aos dois minutos Vrsaljko atrasou para Delac, já havia muitos portugueses a rondar a área croata. O guarda-redes falhou o pontapé, João Carlos recebeu, preparou e atirou para golo.

O médio do Liverpool, estreante neste escalão, dava vantagem à seleção nacional, sem que por isso se percebe-se se o que aconteceu a seguir foi planeado ou não. A verdade é que a Croácia assumiu a bola e Portugal teve de fazer uma boa gestão do jogo a meio-campo e na defesa.

Até ao quarto de hora, pouco se passou. Os croatas tinham mais bola, mas não tinham espaços. A equipa de Rui Jorge começou a ressurgir após esse período. Começou a ter melhores ideias na saída da bola. O jogo estava, assim, repartido. Ou seja, umas vezes a Croácia tinha mais posse de bola, outras era Portugal. A diferença esteve no facto de a seleção de Rui Jorge ter sido melhor a defender e mais assertiva no ataque. Portugal teve mais ocasiões, mas não concretizou.

O grande e o pequeno

As primeiras substituições não alteraram muito a partida. A temperatur baixar ajudou um pouco na ponta final, com gente mais fresca. Ainda assim, era um titular croata que começava a emergir: Brozovic.

O número 8 assumiu jogo, agora com Luís Silva como médio-defensivo, depois de William ter saído para dar lugar a Tiago Rodrigues. O médio croata atirou ligeiramente por cima da trave, num livre e mais tarde inventou a melhor jogada dos visitantes, que Caktas desperdiçou.

Rui Jorge tinha dado ainda mais velocidade à frente de ataque, com a entrada de Aldair, mas foi Lucas João, do Mirandela, quem provocou mais estragos. Alto, pisou o relvado e causou logo perigo. Os centrais croatas tinham um problema diferente para resolver, agora.

Apesar dos muitos centímetros, Lucas João parece ter velocidade boa para aquele tamanho todo. Assim, na parte final, serviu o pequeno Aldair, que com um remate à entrada da área fechou as contas e deixou o treinador certamente satisfeito por uma eibição longe de brilhante, mas em que já se viu qualquer coisa de equipa.

Ficha de Jogo

Estádio: Municipal de Rio Maior

Árbitro: Nuno Almeida (Algarve)

PORTUGAL: Daniel Fernandes (Luís Ribeiro, 46); Amorim, Josué, Paulo Oliveira e Luís Martins; William (Tiago Rodrigues, 46); Rafa (Lucas João, 64), João Carlos (Leandro, 82) e Luís Silva; Tó Mané (Aldair, 46) e Fábio Martins (Rúben Pinto, 64).

CROÁCIA: Matej Delac; Sime Vrsaljko (Zuparic, 79), Datkovic (Mitrovic, 85), Bubnjic e Brucic (Milos, 70); Brozovic, Mrzilajk e Caktas (Begonja, 64); Situm (Culina, 31), Livaja e Orsic (Milicevic, 64).

Disciplina: nada a assinalar

Marcadores: João Carlos (2min), Aldair (84)