Devido à pandemia de covid-19, o Europeu de sub-21 deste ano será jogado em duas fases: a primeira, já no final de março, contempla a fase de grupos. A segunda, de 31 de maio a 6 de junho, contempla os quartos de final, as meias finais e a final.

Uma modalidade inédita na história da prova e que, segundo Rui Jorge, traz novos desafios à sua equipa, principalmente no tempo de preparação.

«O que nos condiciona é o tempo de preparação, que é claramente diferente das fases finais que tivemos até hoje. Essa é a grande diferença. É muito mais complicado trazer alguém pela primeira vez neste contexto, com pouco tempo para trabalhar. É bastante diferente», começou por dizer o selecionador nacional de sub-21, em conferência de imprensa.

Nesta primeira fase, em que a época nos clubes ainda decorre, Rui Jorge garante que não teme qualquer tipo de perda de foco por parte dos jogadores lusos, nomeadamente pelo medo de alguma lesão.

«Os jogadores não pensam nas lesões nestas situações, estão a pensar em dar o melhor na prova que está em causa. Não há esse segundo pensamento. Acredito eu, pela minha experiência, que isso não se coloque.» 

«Não acho que seja um benefício [a menor carga física e emocional nesta altura da época]. Acho até que a qualidade pode ser ligeiramente menor porque não vai haver qualquer tempo de preparação. Há pequenas coisas que se conseguem com uma semana e meia que neste caso não vai acontecer. Todas as seleções perderão um bocadinho de qualidade. Eventualmente em termos de espetacularidade até pode ser um benefício, pela falta de organização, mas ninguém em termos coletivos beneficia de ser nesta altura, em que a organização não é tão forte», defendeu.

Como é habitual, Rui Jorge rejeitou a ideia de qualquer favoritismo, até porque esse não é o principal foco desta seleção de sub-21: «Creio que nunca perguntaram a um treinador se queria ganhar e ele disse que não. Essa pergunta cai sempre nisso. Seremos candidatos a apresentar o nosso melhor, é essa a nossa forma de pensar. Não pensar no resultado, pensar no processo e no caminho que temos de fazer para o resultado. Se fizermos as coisas bem, pela qualidade dos nossos jogadores, acredito que conseguiremos passar aos quartos de final.»

«Não adianta falarmos em favoritismo, em ser candidato ou não ser, adianta muito pouco falar. Adianta preparar jogos e ir com intuito de dignificar o país. A nossa tarefa tem de ser apenas essa», prosseguiu, acrescentando que o grupo de Portugal – Inglaterra, Croácia e Suíça – é muito equilibrada e não tem um elo mais fraco.