Resultado construído na primeira parte, onde os portugueses se demonstraram dominadores e com enorme capacidade ofensiva. Gonçalo Guedes acabou por ser o desbloqueador do encontro, ao conquistar a grande penalidade e a fazer o segundo golo, e Renato Sanches destacou-se enquanto teve forças.

A seleção sub-21 de Portugal entrou a vencer na fase de qualificação para o Europeu de 2019 da categoria, ao derrotar por 2-0 o País de Gales num jogo resolvido na primeira parte. Galeses reagiram bem na etapa complementar, mas nunca reentraram na partida realizada em Chaves.

No arranque de um novo ciclo, bem como da fase de apuramento para o europeu que se realiza em Itália e San Marino, Rui Jorge lançou no onze inicial cinco jogadores em estreia absoluta nos sub-21. Rúben Dias, Francisco Ferreira, Gil Dias, Pedro Amaral e Xadas fizeram a estreia a titulares.

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Com Gonçalo Guedes e Gil Dias na frente, mais móveis, o meio campo português pode demonstrar toda a sua qualidade e irreverência, com João Carvalho, Renato Sanches e Xadas a procurarem constantes desequilíbrios, sustentados com um Rúben Neves mais fixo.

Sem surpresas, e após a goleada por 3-0 na Suiça, o treinador do País de Gales, Robert Page, lançou o mesmo onze que valeu a entrada a vencer na fase de apuramento.

Os britânicos demonstraram ser uma equipa física, e com jogadores muito posicionais, à procura de fazer valer de lances de bola parada, mas que não tiveram grande consequência. De resto, desde bem cedo os galeses não tiveram pressa para reporem bolas.

Grande penalidade foi a chave para abrir muro galês

Perante uma defensiva de duas linhas de quatro homens bem juntas, foi preciso puxar de todos os truques para chegar à baliza adversária, mas os portugueses demonstraram todo o seu talento. Com o Estádio Municipal Flaviense lotado nas três bancadas abertas ao público, Portugal superiorizou-se ao adversário.

A primeira situação flagrante de Portugal surgiu a triplicar. Aos 13 minutos, após um canto de João Carvalho, que Gonçalo Guedes atirou a contar mas Christopher Mepham tirou em cima da linha de cabeça. Logo no minuto seguinte, Renato Sanches serve Gonçalo Guedes que atira em estilo, mas ao lado. E por fim, ao quarto de hora, Renato Sanches virou o jogo da esquerda para a direita com um passe longo e Gil Dias ao fletir para o meio, disparou forte mas por cima.

Sem deixar o adversário respirar, Portugal continuou a insistir e aos 18 minutos João Carvalho voltou a encontrar Gonçalo Guedes que voltou a não enquadrar-se com a baliza. Depois, aos 20, Renato Sanches tentou do meio da rua, mas o guarda-redes galês defendeu como pode.

A única reação mais série da equipa britânica aconteceu aos 22 minutos, num dos raros momentos de ataque que tiveram um fim, com Christopher Mepham a subir para o ataque após um livre e a cabecear ao lado.

Mas o jogo tinha sentido único e o golo chegaria finalmente. Aos 23 minutos, Gonçalo Guedes recebeu na área a passe de Pedro Amaral, e quando se enquadrava com a baliza foi tocado por Joseph Rodon, num lance que deixou dúvidas, mas que o dinamarquês Anders Poulsen não hesitou e assinalou grande penalidade, que Rúben Neves não perdoou.

O golo fez subir a equipa do País de Gales, o que mudou o jogo de figura. Havia agora mais espaço para os portugueses explorarem. Aí, surgiu Renato Sanches ainda com mais força, a demonstrar a sua capacidade de explosão.

Aos 32 minutos Fernando teve espaço para servir na área Francisco Ferreira, no seguimento de um canto, mas o central desperdiçou por cima em boa posição.

Mas aos 40 minutos a eficácia foi outra, com Renato Sanches a galgar metros desde o seu meio campo, a lançar Gil Dias na direita, que serviu Gonçalo Guedes no segundo poste para um golo fácil do avançado do Paris Saint German.

Antes do descanso mais uma situação de golo clamorosa desperdiçada pelos sub-21 portugueses, com Gonçalo Guedes a mostrar classe para ultrapassar o guarda-redes que saia aos seus pés a servir Gil Dias, mas o atacante falhou sem ninguém na baliza.

Galeses mostraram as garras

Com um resultado negativo, Roben Page mexeu logo no arranque da segunda parte lançando Thomas Harris no encontro, que se juntou à frente de ataque, passando Christopher Mepham, o mais criativo dos galeses, para a ala.

Ou por mérito dos britânicos, ou por relaxamento de Portugal, o País de Gales mostrou-se bem diferente, mais ofensivo, e até perigoso. Aos 49 minutos Cameron Coxe foi ao ataque criar perigo e aos 58 foi Christopher Mepham a por em sentido os lusitanos, obrigando Rúben Dias à falta e ao amarelo.

Em cima da hora de jogo foi a vez de Regan Poole aparecer em jogo, ao aproveitar a passividade da defensiva portuguesa para disparar do meio da rua, num remate que embateu com estrondo no poste de Joel Pereira.

Perante as dificuldades, imprevisíveis pelo rumo do jogo no primeiro tempo, Rui Jorge não demorou a refrescar a equipa, lançando Diogo Gonçalves na frente e Rafael Barbosa no meio, retirando Gonçalo Guedes e João Carvalho.

Grande parte da segunda parte foi mesmo à volta da reação da equipa do País de Gales, bem como o jogo tático entre os dois treinadores, pois conforme o adversário arriscava, Rui Jorge respondia com o equilíbrio da sua equipa.

O último suspiro dos visitantes aconteceu aos 79 minutos, com David Brooks a trabalhar bem, a libertar Thomas Harris e este a obrigar Joel Pereira a defesa atenta. Logo a seguir o mesmo avançado ainda procurou furar a defensiva portuguesa mas Rúben Dias não permitiu. O ‘gás’ acabou entretanto aos galeses, pois Christopher Mephan foi expulso pouco depois.

De resto, com o passar dos minutos, e sobretudo no quarto de hora final, à exceção de um lance, os portugueses dominaram o jogo, o adversário e acima de tudo, o resultado, assegurando a entrada a vencer na qualificação.

Os pupilos de Rui Jorge acabaram, de resto, em cima do encontro, e perto de mais golos, com Xadas, aos 82 minutos, a servir Rúben Neves na área com o capitão português a atirar ao poste da baliza contrária. Já nos descontos, a última opção de Rui Jorge, Pedro Delgado, também procurou o golo, num remate de meia distância que criou muito perigo mas saiu ao lado.

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