Devido à pandemia de Covid-19, a seleção portuguesa de sub-21 vai disputar a fase final do Campeonato de Europa da categoria este verão depois de ter superado a fase de grupos em março.

Este interregno na competição deu a Rui Jorge mais tempo para preparar o jogo dos quartos de final contra a Itália. Naturalmente conhecedor da seleção transalpina, o selecionador admitiu que já jogou várias vezes o jogo na sua cabeça.

«Mal seria se não ainda não pudesse [falar da Itália]. É uma equipa que, à partida, jogará em 3-5-2. Fê-lo em grande parte do seu percurso. É uma equipa forte defensivamente, como é habitual nas equipas italianas, é aguerrida e posiciona-se bem. Ofensivamente joga com dois avançados e a qualquer momento pode marcar sem criar grandes oportunidades. O Scamacca e o Crotone são bons jogadores. O Fratessi, que joga com Dany Mota no Monza, pareceu-me acima da média no meio-campo e tem um forte remate. A Itália vale pelo seu coletivo, enquadra-se dentro do que são as equipas italianas. Não me parece um equipa nada de transcendente em termos de virtuosismo nem tão espetacular quanto isso, mas será extremamente difícil de ultrapassar», analisou, em conversa com os jornalistas.

«É uma coisa que faço com frequência [jogar o jogo na cabeça]. Deparo-me com prováveis cenários mesmo antes da convocatória. Daí sentir que a equipa está equilibrada e preparada para várias situações. Já o vivi muitas vezes. A convocatória foi difícil de fazer, mas penso que estamos preparados. Sei que não será fácil atingir o nível que atingimos, principalmente, no último jogo. Mas vamos para continuar a demonstrar qualidade e a fazer com que as pessoas se sintam orgulhosas de ver esta seleção jogar», acrescentou. 

O selecionador explicou ainda por que razão convocou quatro avançados.

«Temos jogado em dois sistemas e um deles coloca dois avançados lado a lado na zona central ou de forma assimétrica. Ou então jogamos com três jogadores na frente. Poderia levar mais um defesa ou médio, mas não sinto essa necessidade pela versatilidade que existe. Em termos ofensivos, eles dão muitas possibilidades. Quando imagino o jogo com a Itália, em determinados cenários, ainda assim, não são demasiados avançados. O facto de termos 23 jogadores, mais cinco substituições ajuda os treinadores e permite ter várias soluções à escolha. Não deixamos de estar equilibrados. Existem questões particulares como os cartões do Leite, do Thierry e do Gonçalo Ramos. No caso de verem outro cartão amarelo, ficam impedidos de jogar o próximo jogo. Mesmo assim, acho que conseguimos equilibrar a equipa», esclareceu.