Filho de Batajnica, uma localidade nos arredores de Belgrado, Miralem Sulejmani nasceu a 5 de dezembro de 1988. O seu pai foi extremo de um histórico da capital, o OFK, Miljaim mas costuma assumir que tinha pouca qualidade técnica. Quando chegava a casa tinha Sulejmani sempre à espera. Em vez de jogar com os amigos treinava com o pai.

Começou a jogar a sério no clube local, o FK BSK Batajnica, mas aos 12 anos foi para o Partizan. Entre uma coisa e outra passou a olhar para Mijatovic como um ídolo. Em dezembro de 2006, por volta da altura em que comemora o 18º aniversário, assina com o Heerenveen, mas o Partizan reclama que ainda tem os seus direitos. A federação sérvia suspende-o e está alguns meses sem jogar,até que a FIFA autoriza a sua inscrição pelo emblema holandês.

Na época 2007/08, já com a situação totalmente resolvida, assume-se como uma das revelações da Liga holandesa, marcando quinze golos. Ganha, de resto, o troféu da Fundação Cruyff para promessa do ano. Em fevereiro estreia-se pela seleção sérvia, frente à Macedónia.

No verão de 2008 Marco van Basten assume o comando técnico do Ajax e pede a sua contratação. O emblema de Amesterdão paga 16,25 milhões de euros ao Heerenveen (mais 1,65 ao empresário), a transferência mais cara de sempre entre clubes holandeses.

Do conflito com Jol ao afastamento final

A primeira época ao serviço do Ajax não desilude: 27 jogos e 8 golos na Eredivisie. Mas na temporada seguinte a equipa passa a ser orientada por Martin Jol, com quem Sulejmani se incompatibiliza, a dado momento (apenas 17 jogos e 2 golos no campeonato). No verão de 2010 o West Ham chega a acordo para a sua contratação, mas a licença de trabalho não é concedida.

Com a chegada de Frank de Boer ao comando técnico do Ajax recupera o sorriso e volta a jogar com regularidade. Faz 32 jogos em 2010/11, e marca oito golos. Na temporada seguinte joga menos (22 jogos), mas marca mais (11 golos).

A última época, 2012/13, é a sua pior desde que assinou pelo Ajax, com apenas cinco jogos disputados. Recusou renovar contrato (chegou a dizer que a oferta era reduzir o ordenado para metade, 900 mil euros), e foi enviado para as reservas. O último jogo pela equipa principal foi disputado a 8 de dezembro, frentre ao Groningen. Em fevereiro ainda jogou pela seleção, frente a Chipre, mas para estes últimos compromissos já não foi chamado.

Opiniões dividas em Amesterdão, idolatrado na Sérvia

«Mickey» Sulejmani gera opiniões divergentes em Amesterão. Se uma parte dos adeptos sempre o defendeu, esperando que voltasse às opções, outra parte seguiu as informações que apontavam para um mau comportamento do jogador, e que incluíam referências a pouco esforço nos treinos e alguns quilos a mais.

Já na Sérvia a opinião parece mais consensual. Sulejmani é conhecido por ser uma pessoa muito afável no trato com os adeptos e até com os jornalistas, embora não goste muito de dar entrevistas. Os compatriotas apreciam também o seu patriotismo, uma vez que terá recusado representar a Bósnia. Mostra sempre muito orgulho na Sérvia e faz questão de cantar o hino, quando joga pela seleção.