Apesar da contestação à Superliga europeia feita por dirigente de Bayern Munique e PSG, Florentino Pérez está convencido de que os clubes alemão e francês vão acabar por se render à ideia e juntar-se aos clubes dissidentes da UEFA.

«Precisamos de convidá-los no momento adequado. Agora há muita pressão. Estou certo de que um dia eles vão juntar-se a nós, mas ainda não falámos com eles», referiu o presidente do Real Madrid e (também) da Superliga europeia em declarações ao jornal francês L'Équipe.

Já nesta terça-feira, a imprensa inglesa deu conta de que Chelsea e Manchester City abandonar o grupo dos 12 fundadores da Superliga. Florentino Pérez, que falou antes do surgimento destas notícias, mostrou-se confiante de que não haveria desistências. «Se temos que alguns clubes abandonem o barco? Não. A situação é tão grave que todos estão de acordo em levar a cabo este projeto e buscar uma solução. Ninguém foi pressionado.»

Florentino voltou a reiterar que na base da criação da nova prova não esteve o desejo de aumentar o declive entre clubes ricos e pobres, referiu que a situação do futebol é «terrível» e acrescentou até que a maior capacidade de captação de receitas desta prova permitirá ajudar outros clubes. «Gerando mais dinheiro, poderemos aumentar a solidariedade. Hoje, a UEFA paga um pouco mais de 100 milhões em solidariedade e nós daríamos mais de 400 milhões desde o início. (...) Os mais pequenos terão muito mais dinheiro. (...) Quando há dinheiro, é possível ser-se solidário com todos. Mas, com o seu monopólio, a UEFA não quer mudar nada porque tem os seus privilégios. O futebol está a morrer lentamente e o efeito da crise atual será devastador.»

O presidente do Real Madrid disse que o projeto da Superliga europeia esteve a ser preparado ao longo de três anos e que durante esse período a UEFA foi avisada de que as coisas tinham de mudar. «Nunca nos ouviram. Espero que possamos falar em breve e que a UEFA veja que a nossa Superliga é como a Euroliga de basquetebol, que salvou a modalidade na Europa», afirmou, referindo que o Bayern Munique está, ao contrário do que sucede na Superliga, presente na Euroliga de basquetebol ao lado do clube espanhol.

Sobre a ameaça de represálias por parte da UEFA, o dirigente disse que não haverá sanções. «Estamos protegidos pela lei. (...) Não entendemos a vontade que o presidente da UEFA tem em denegrir-nos. Enviámos uma carta a pedir-lhes para que nos explicassem o projeto. Em troca recebemos ameaças e insultos. Isso vai virar-se contra eles. A UEFA sempre teve privilégios, mas a vida mudou», concluiu.