O governo anunciará hoje o futuro do futebol profissional, com base no parecer técnico da Direção-Geral da Saúde, e ao que tudo indica a I Liga regressará dentro de um mês. 

A principal prova do futebol português será jogada à porta fechada e nos respetivos estádios dos clubes, sendo colocada de parte a hipótese de concentrar o desfecho da competição numa só região, como a região Centro ou o Algarve.

Cenário diferente, porém, poderá ter a II Liga, já que em cima da mesa está o cancelamento imediato da competição, segundo apurou o Maisfutebol.

A discrepância tem que ver com as dúvidas das autoridades sobre a capacidade dos clubes do segundo escalão para cumprirem todas as exigências sanitárias de modo a garantirem a organização dos jogos. O que implica, por exemplo, testes a todos os elementos que constem da ficha de jogo 48 horas antes de cada encontro.

O cenário de cancelamento não conta, porém, com o apoio da Liga de Clubes, que se esforça por manter as duas competições profissionais e tem equacionado sempre esse cenário no plano de retoma, que tem sido revisto e aumentado ao longo das últimas semanas.

Segundo apurou o nosso jornal, o cancelamento encontra oposição absoluta também dos clubes que, não estando nos dois lugares de subida [Nacional e Farense, que podem beneficiar com uma subida direta], ainda poderiam disputar a promoção, como são os casos de Feirense, que regressou aos treinos na segunda-feira, Mafra, Estoril e Varzim.

O fim antecipado da época corresponderá a contrapartidas financeiras aos clubes da II Liga pela perda dos direitos televisivos. Este argumento, de manter a principal fonte de receita sem agravar as despesas, é decisivo para que boa parte dos clubes da II Liga não se oponham à decisão de cancelamento da competição. 

Ainda assim, há o receio de que esta decisão abra a porta para a restruturação do segundo escalão do futebol profissional.