A Alemanha conquistou a primeira Taça das Confederações da história, naquela que poderá ser a última edição da prova.

Os chilenos bem tentaram, sobretudo na primeira parte, mas a organização, pragmatismo, frieza e objetividade alemã foram determinantes.

Lembram-se da frase «São 11 para 11 e no fim ganha a Alemanha»? Bem, na prática a frase resume o jogo.

Juan Antonio Pizzi apostou no onze habitual, Joachim Low mudou apenas uma peça em relação às meias-finais, tirando Henrichs e colocando Mustafi, mas mantendo o 3-4-3.

La Roja entrou a todo gás, asfixiou completamente esta Maanschaft sem as principais figuras e só não conseguiu bater Ter Stegen. Aliás, o guarda-redes foi a principal figura alemã em toda a partida e só nos primeiros 15 minutos teve de fazer duas defesas de grau elevado.

Aos 5’ negou o golo a Vidal, após um belo lance chileno, e aos 13’ parou um remate de Vargas. Pelo meio, vários remates ao lado e por cima, fruto de uma pressão muito alta e que resultou num sem número de recuperações de bola.

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Os alemães perdiam a bola como não era previsível e o golo chileno parecia uma questão de minutos. Aos 20 minutos, Alexis esteve tão perto do golo, após uma defesa para a frente de Ter Stegen. Só que acertou mal na bola e desse mau remate vai nascer o golo… alemão.

A bola foi de um lado ao outro do campo e parou nos pés de Marcelo Díaz, que era o último homem do Chile. Fez uma rotação para evitar a pressão de Stindl, só que adiantou demasiado e perdeu-a para Werner, que ficou na cara de Bravo e serviu de bandeja Stindl para o 1-0.

O alemão igualava Werner e Goretzka no topo da lista de melhores marcadores com três golos.

Era o veneno alemão! A pressão alta é um trunfo chileno e foi assim que os alemães chegaram ao golo.

21 minutos e quem via o jogo não acreditava no resultado. Mas, enfim, são os alemães e já estamos habituados, mesmo que estejam com um onze alternativo.

Os chilenos reagiram bem ao golo sofrido e voltaram à carga. Recuperavam, ensaiavam lances e Aranguiz e Vidal voltaram a visar a baliza, mas sem direção. A partir da meia-hora o jogo acalmou e os alemães, que nunca desesperaram nem com a pressão chilena nem como uma sucessão de passes errados, agarraram o jogo e subiram as linhas.

Mantiveram-se impávidos e serenos, foram para o intervalo a vencer e não fosse Goretzka ter a pontaria desalinhada e podiam ter uma vantagem maior.

O segundo tempo foi o oposto do primeiro: se a etapa inicial foi bem jogada e emotiva, a segunda foi muito musculada e com muita confusão.

Primeiro lance de perigo aos 56’, Draxler na cara de Bravo falhou. Depois começaram as quezílias. Kimmich e Vidal andaram aos empurrões, Jara agrediu Werner, o árbitro usou vídeo-árbitro (onde estava Artur Soares Dias) e deu apenas amarelo, Emre Can e meia equipa chilena também se envolveram nos minutos finais. Bem, parecia um jogo digno de Copa América.

Quanto a mais lances de perigo apenas nos minutos finais. Sagal atirou para as nuvens de baliza aberta e nos descontos Alexis atirou de livre para enorme defesa de Ter Stegen!

Logo a seguir Milorad Mazic deu o jogo por terminado e os alemães começaram a festa.

Os chilenos lutaram, deram tudo como sempre fazem, mas do outro lado estava a Alemanha e quando está a Alemanha do outro lado, tudo é mais complicado.

Primeira Taça das Confederações da história da Alemanha, que utilizou as segundas linhas para dar férias aos que mais vezes têm vestido a camisola da Maanschaft e que para o ano certamente estarão na Rússia, como Neuer, Reus, Muller, Hummels ou Boateng. Só que com a qualidade demonstrada por estes jovens alemães, muitos deles também acompanharão os mais velhos. Referência ainda para a curiosidade desta ser a seleção com média de idades numa final mais baixa de sempre: 24 anos e 244 dias.

Numa semana vencem os alemães vencem o Euro sub-21 e a Taça das Confederações. Futuro assegurado!