O presidente do Conselho de Justiça (CJ), Sousa Dinis, explicou na sede da Federação Portuguesa de Futebol as razões que levaram o CJ a rejeitar os recursos interpostos pelo Belenenses, que contestava a presença do V. Guimarães na meia-final da Taça da Liga.
«Os membros do Conselho de Justiça receberam quatro contestações e tivemos dois dias úteis para resolver. Por unanimidade, o CJ rejeitou os dois recursos interpostos, porque foram dirigidos contra a directora-executiva da Liga quando ela nem sequer foi tida nem achada pelos actos impugnados. Os recursos foram rejeitados por ilegitimidade, mas o CJ tem noção de que não é isto que as pessoas esperam», começou por dizer Sousa Dinis, em declarações aos jornalistas.
Ainda assim, o presidente do CJ quis deixar claro que, caso o órgão tivesse de apreciar a «questão de fundo», o CJ estaria do lado da Liga: «Se tivéssemos chegado aí, todos nós entendemos que a expressão goal average é a diferença de golos marcados e sofridos. Ou seja, entendemos que a posição da Liga era correcta.»
Sousa Dinis argumentou essa tomada de posição pública do CJ: «Essa expressão entrou na linguagem popular e do desporto. Qualquer pessoa entende a expressão com esse sentido. Por exemplo, a expressão mister refere-se o treinador, porque nos primórdios do nosso futebol os treinadores eram ingleses.»
Desse modo, Sousa Dinis garantiu que «O V. Guimarães é o segundo classificado», para depois reiterar os argumentos que levaram à rejeição dos recursos do Belenenses. «Os dois recursos foram interpostos contra actos da directora-executiva e não há nada que indique isso. O CJ vai sugerir que numa próxima Assembleia Geral a Liga tire a expressão goal average e a substitua por uma portuguesa. Mas entendemos que a interpretação da Liga é correcta.»