O Sporting continua a viver momentos difíceis. Paulo Sérgio apostou num onze de improviso e saiu vergado do Estoril com uma derrota (1-2) que só não afasta os leões das meias-finais da Taça da Liga pela vantagem que a equipa garantiu nos dois primeiros jogos. Uma exibição sofrida que abre portas para um mais que provável «derby» com o Benfica marcado para o início de Março, pouco depois da equipa de Jesus visitar Alvalade para a Liga.

O Sporting partia de uma posição privilegiada e precisava apenas de um empate para seguir em frente, sem olhar para o resultado do Penafiel, mas Paulo Sérgio exagerou no recurso às segundas opções. Oito alterações em relação à equipa que venceu nos Barreiros, deixando apenas João Pereira, Pedro Mendes e Zapater entre os titulares. Os leões até entraram bem no jogo, com uma forte pressão sobre a defesa do Estoril que, ainda em fase de organização, cedeu espaços e abriu uma autoestrada para Abel derivar da direita para o interior e fuzilar Vagner com um remate cruzado. Grande golo do lateral por sinal.

Quatro minutos e o Sporting estava em vantagem, mas esta não durou mais de cinco. As insuficiências da equipa de Alvalade, com uma defesa sem qualquer entrosamento, tornaram-se evidentes nos momentos que se seguiram e o Sporting cedeu após a primeira investida do Estoril. Vinicius Reche deu o primeiro sinal com um centro/remate da direita que obrigou Tiago a uma defesa espectacular. Na sequência do lance, no pontapé de canto, Nuno André Coelho atinge Alex Afonso na disputa da bola e Cosme Machado, em cima do lance, assinala grande penalidade, que o próprio Alex Afonso converteu no empate.

Nuno André Coelho: «Penalty foi uma brincadeira do árbitro»

Um lance polémico, mas o que se seguiu acabaria por dar razão ao resultado. O Sporting tinha mais bola, mas revelava uma tremenda dificuldade para criar situações de remate. O Estoril, sempre mais afoito, conseguia mais profundidade e dava mais trabalho a Tiago. Até ao intervalo, o Sporting teve apenas mais duas oportunidades para recuperar a vantagem e, na primeira, até se chegou a gritar golo nas bancadas, mas o desvio de Saleiro não chegou a cruzar a linha fatal. A equipa canarinha conseguia criar perigo mais vezes, com os brasileiros Alex Afonso, Luciano Bebé, Vinicius Reche, todos munidos de boa técnica, a provocarem estragos na área de Tiago.

O jogo até chegou a ser promissor, com um ritmo elevado, mas engasgou-se com uma série de faltas no centro do terreno e uma infindável série de percas de bolas que tornaram o jogo feio. A segunda parte, sem alterações, começou nos mesmos moldes, com três amarelos nos primeiros cinco minutos. O Estoril já não tinha a mesma energia, mas foi dos canarinhos a primeira oportunidade, com Alex Afonso a destacar-se e, só com Tiago pela frente, a atirar por cima. Respondeu o Sporting com uma cabeçada de Saleiro a obrigar Vagner a grande defesa.

Tiago: «O árbitro ajudou o Estoril a ganhar»

Paulo Sérgio não esperou mais e lançou, de uma assentada Postiga e Vukcevic, mas tudo se complicou logo a seguir quando Tiago não conseguiu evitar o choque com Luís Leal e viu o vermelho (este lance também deixou dúvidas). Salomão cedeu o lugar a Patrício que não conseguiu travar o «castigo» de Vinicius Reche. O Estoril ficava com dupla vantagem, no marcador e com mais um homem em campo. O Sporting reagiu de coração nas mãos, mas cedia espaços atrás e, por mais de uma vez, o Estoril ameaçou novo golo.

Os últimos minutos foram de verdadeiro terror para a equipa de Alvalade, não só pela incapacidade dos homens da frente, mas também pelos sucessivos erros dos mais recuados.