Sérgio Conceição quer o FC Porto na final da Taça da Liga, Daniel Ramos pretendia imagem diferente no Dragão face ao jogo da Liga. Resultado? Vontades pouco satisfeitas, sobretudo para o campeão nacional, após o 1-1 desta noite: os flavienses arrancam um ponto fora, os azuis e brancos aumentam para quatro anos o jejum de vitórias no primeiro jogo da prova.

O empate desta noite espelhou um FC Porto sôfrego, mas trabalhador em dar rumo às ações ofensivas. E um Desp. Chaves um pouco mais corajoso face aos 5-0 da Liga, mas por vezes a parecer olhar mais ao tempo no relógio do que ao espaço no campo.

Competição diferente, seriedade visível de parte a parte, mas também habituais mudanças.

Conceição lançou quatro nomes ainda não titulares em 2018/2019: Vaná titular pela segunda vez no clube, João Pedro em estreia absoluta no onze, Danilo de início sete meses depois, Adrián volvidos quase dois anos. Seis mudanças face à vitória ante o Moreirense, na Liga.

Do lado do Desp. Chaves, cinco alterações após a derrota ante o Sp. Braga e um pouco mais de audácia em campo, no entanto comedida na hora de atacar a baliza.

Entre um FC Porto mais afoito no início, os flavienses só por uma vez testaram Vaná: foi Gallo a acertar com a baliza, mas o brasileiro segurou tranquilo.

O global da primeira parte foi um dragão mais ofensivo e Felipe a testar duas vezes o guardião António Filipe, elástico a evitar depois o tento a Marega (22m).

O Desp. Chaves, certo a marcar os homens da frente do FC Porto, teve sérios trabalhos para anular, sobretudo, os cruzamentos perigosos de Alex Telles. Marcão foi um pêndulo em quase todo o jogo e as investidas azuis foram parando na defensiva flaviense.

FC Porto-Desp. Chaves: o filme do jogo

A primeira parte acabou com algum sururu e insatisfação portista pela demora do Desp. Chaves em repor alguns lances. Conceição acabou expulso, viu a segunda parte da bancada e um FC Porto a crescer só após a hora de jogo: coincidiu com a entrada de Brahimi. Até aí, só um remate de Danilo, pouco ao lado, a assustar. E muita bola pelo ar a descaracterizar a essência do futebol.

Facto é que a entrada do extremo argelino, mais tarde ou mais cedo, poderia mexer com o jogo. Assim foi. Mas foi primeiro o Desp. Chaves a dar sinal, na melhor ocasião até ao golo que viria a garantir o empate. Perdigão, isolado por Eustáquio, foi apanhado à entrada da área por João Pedro.

Respondeu Brahimi num remate esbarrado, prenúncio de crescente ameaça, dada num remate de Marega travado por António Filipe. Aí, Hernâni estava em campo há um minuto e precisou só de outro para provocar a explosão no Dragão: jogada de Brahimi pela esquerda e uma nesga a dar remate espontâneo do extremo português para o 1-0 (74m).

FC Porto-Desp. Chaves, 1-1 (destaques)

O golo deu alguma tranquilidade aos da casa, mas a maldição nas estreias na Taça da Liga dos últimos anos foi reforçada por Eustáquio a sete minutos dos 90, num desvio eficaz de pé direito na área.

Em cima dos 90, o FC Porto ficou a pedir um penálti sobre Aboubakar e, na jogada seguinte, Vaná evitou a surpresa, ao voar para a defesa da noite a remate de Jefferson.

O resto foi muito coração de Dragão, sem combinar com o triunfo: Aboubakar ainda marcou, mas a alegria foi fugaz porque o desvio para a baliza foi com o braço e acabou anulado.