A figura: Jonas
Uma das grandes figuras, provavelmente a maior, no futebol português ao longo da temporada 2014/15. Espalha classe com aquelas chuteiras pretas, à moda antiga, e a pose altiva com que se apresenta em campo, sem que tal signifique um alheamento do encontro. Pelo contrário. É o desbloqueador do jogo encarnado com os recuos no terreno de jogo, abrindo espaços entre linhas. Belo cabeceamento a inaugurar o marcador e outro gesto soberbo logo depois, ao imitar o festejo de Toto Salvio. Mais perdulário, bem mais, na etapa complementar, mas seria ele a fazer o lance do 2-1, com sucessão de toques de qualidade. Um craque.

Negativo: Pizzi
O Benfica não se impôs com a naturalidade habitual e um dos problemas esteve no controlo – ou falta dele – das operações a meio-campo. Samaris, já se sabe, não é um primor de técnica e desta vez Pizzi foi incapaz de pautar o ritmo e assegurar transições seguras. Foi, naturalmente, o primeiro sacrificado quando Jorge Jesus decidiu mexer.

DESTAQUES DO MARÍTIMO

CRÓNICA DO JOGO

Outros destaques:

Jardel
Principal responsável pela marcação ao possante Marega, demonstrou inteligência na abordagens dos lances disputados com o avançado do Marítimo. Dessa forma, ganhou alguns duelos por antecipação. Apenas uma falha na etapa inicial, quando se quis juntar ao ataque e deixou Marega solto nas suas costas. Valeu a dobra de Samaris. Participou no 1-0 com bom domínio e assistência para Jonas, na área contrária. Sinal negativo: não conseguiu impedir a fuga de João Diogo no lance do empate.

Gaitán
A história não é nova mas pode ser desta. Os adeptos do Benfica devem estar preparados para uma despedida de Nico Gaitán, um dos símbolos deste bicampeão nacional. Termina uma época de grande nível, mais uma, embora não tenha sido um dos melhores neste inconstante jogo de Coimbra. Destaque para uma ação ao minuto 67, quando cobrou um livre de forma sublime e criou a sensação de golo. Soube a pouco, ainda assim.

Júlio César
Nem sempre é destacado o seu contributo para a campanha vitoriosa do Benfica. Assumiu-se ao longo da época como uma presença segura na baliza encarnada e voltou a demonstrar, num par de situações, a sua importância. Embora tenha sido marcado pontapé de baliza, para defender um remate perigoso de Xavier aos 11 minutos. E não restam dúvidas após o intervalo, quando o esquerdino surgiu à sua frente, para fazer o empate. Júlio César disse que não.

Ola John
Foi dele o golo decisivo para a conquista da Taça da Liga. Cartada decisiva para Jorge Jesus. A época, ainda assim, deixou a desejar.