Figura: Pedro Porro

Quem viu Espanha no Europeu com Carvajal, Llorente ou Azpilicueta, imaginou que Porro também poderia ter feito parte das escolhas de Luis Enrique. Não foi ao Qatar, mas brilhou em Vila do Conde. Há poucos laterais com a capacidade ofensiva do espanhol. Porro foi o criador das principais jogadas de perigo do Sporting na primeira parte – os dois passes para Paulinho fizeram-no parecer um médio. Na segunda parte continuou a desequilibrar pela direita e só não saiu dos Arcos com um par de assistências por culpa dos companheiros. Depois de ter falhado uma excelente ocasião na cara de Jhonatan, Porro cobrou de forma perfeita um livre que Boateng desviou para a própria baliza. Nota máxima.  


Momento: cabeça para a vitória, minuto 62

O Sporting estava melhor na segunda parte e já tinha criado um par de situações para marcar. No entanto, Jhonatan e a falta de acerto os leões, sobretudo de Trincão, impediram que o marcador sofresse alterações. Aos 62 minutos, Inácio foi ao ataque mostrar como se faz: cabeceamento certeiro depois de um cruzamento de Edwards. Estava encontrado o caminho para a vitória.

Outros destaques:

Jhonatan: o brasileiro respondeu com categoria na maioria das vezes em que foi chamado a intervir. Na primeira parte, o guarda-redes vila-condense aplicou-se para travar um remate potente de Nuno Santos. Foi na segunda parte que Jhonatan se exibiu a um nível altíssimo: um defesa de recurso a remate de Paulinho na pequena área, uma mancha perante Porro e uma defesa in extremis no chão para travar a recarga de Trincão ao remate do espanhol. Agigantou-se mais tarde perante Sotiris. Sofreu dois golos, é verdade, mas evitou mais dois ou três.

Essugo: o internacional jovem por Portugal fez um jogo competente sem deslumbrar. O médio, que fez de Ugarte, fartou-se de recuperar bolas na zona intermédia e deu fluidez ao jogo leonino. Essugo não se escondeu nos duelos e muitas vezes deu o mote para a pressão alta verde e branca. Faltou-lhe, quiçá, arriscar mais no passe vertical.

Gonçalo Inácio: ao contrário do que é habitual, o defesa não brilhou na saída de bola do Sporting fruto da pressão alta do adversário. Por outro lado, o central não esteve irrepreensível no aspeto defensivo e não deu uma nesga de espaço a Boateng. Inácio acabou por ser decisivo ao marcar o golo que abriu caminho ao triunfo do Sporting.

Ruiz: não foi a noite do avançado colombiano. Ninguém lhe pode, porém, apontar nada. Ruiz trabalhou, segurou a bola quando foi necessário, não virou a cara na luta com Inácio, Matheus e Marsà, mas faltou-lhe marcar. E teve uma excelente ocasião para bater Adán: a receção deficiente traiu-o e impediu-o de finalizar. Ruiz ainda arrancou um pontapé forte que assustou o espanhol, minutos antes do Sporting abrir o marcador.