Até à queda do Boavista, os duelos entre o clube do Bessa e o V. Guimarães eram, talvez, os jogos mais aguardados de uma época, entre todos aqueles em que não entrava qualquer dos três grandes.
 
Deixou de ser assim nos últimos anos, por aquilo que aconteceu ao Boavista. Mas mesmo agora, sem a qualidade e o fulgor de outros tempos, o conjunto axadrezado tem, na receção ao V. Guimarães, um dia sempre diferente dos outros.
 
O problema é que este encontro, que até podia ter uns pozinhos da mística de há uns anos, foi encarado pelos dois conjuntos como uma espécie de treino com um pouco mais de intensidade (não muita), árbitros e gente a ver na bancada (também não muita, é certo).

Houve quatro golos, é certo, mas o 2-2 é, nesse aspeto, um pouco enganador: o jogo não foi assim tão bom como resultado faz crer.
 
A poucos dias de terem compromissos importantes para a Liga (o Boavista visita a Luz antes um Benfica a vir do trauma da derrota em Paços; o V. Guimarães vai a Penafiel e quer voltar às vitórias), boavisteiros e vimaranenses preferiram poupar soluções e energia para esses duelos, olhando para o encontro para a Taça da Liga como uma obrigação de calendário.
 
Petit e Rui Vitória fizeram alinhas onzes de recurso, lançando a jogo unidades menos utilizadas. Com a exceção de um ou outro momento de brilho individual, a consequência foi um jogo pobre, sem grande interesse competitivo. Mais uma amostra, por isso, para se construir a tese de uma reformulação do modelo da Taça da Liga, esperemos que já na próxima edição.
 
Pouga abre cedo
 
O Boavista pôs-se cedo em vantagem: Julian, da esquerda, centrou para a cabeça de Pouga, que sem marcação atirou para o golo.
 
Brito, com dois remates, esteve perto do 2-0, nos minutos seguintes, mas o V. Guimarães também dava mostrar de querer, pelo menos, o empate. João Pedro, num remate de longe, fez por isso, mas o tiro não saiu bem.
 
O intervalo chegou com uma vantagem curta, mas justa, do Boavista.
 
Caiado empata
 
O V. Guimarães reentrou com os olhos no empate e o 1-1 chegou mesmo, aos 49, num centro-remate de David Caiado.
 
O empate era resultado que parecia até encaixar bem neste jogo.
 
Mas Quincy, até então não muito influente na partida, decidiu assinar a melhor jogada do encontro. Viu o espaço na zona central, acelerou, tabelou com Pouga e fuzilou para o 2-1
 
O Boavista voltava a estar na frente.

O penálti
 
Mas o V. Guimarães jogou mais para merecer o empate do que, propriamente, para sair derrotado do Bessa. E chegou, já ao cair do pano, ao 2-2, por Ricardo, de grande penalidade.

O empate foi justo, mas o 2-2 insinua um duelo que não foi assim tão interessante de acompanhar...