Primeiro jogo do V. Setúbal após a saída de Domingos Paciência, com o preparador físico Rui Santos a vestir a farda de bombeiro de serviço. E foi feliz, com uma vitória por 2-0 arrancada com dois penáltis na segunda parte.

A pensar no jogo de sábado com o Gil Vicente para o campeonato, Rui Vitória apresentou em Setúbal um onze alternativo, trocando todo o onze que tão bem deu conta do recado na goleada sobre a Académica (4-0).

Em período de convalescença após a demissão de Domingos, a equipa da casa entrou melhor no jogo. Suk e Zequinha, muito móveis no ataque sadino, tentavam explorar a falta de entrosamento do sector mais recuado dos minhotos.

O V. Guimarães conseguiu reagir ao melhor começo dos sadinos. Crivellaro, muito activo e sempre perto da linha mais adiantada dos visitantes, tentava levar a equipa do castelo para a frente, mas raramente incomodaram a baliza defendida por Lukas Raeder.

À passagem do quarto de hora, Areias ainda fez balançar as redes, mas já tinha sido assinalada posição irregular ao ponta-de-lança dos minhotos.

Com frio, vento, e a chuva a ameaçar cair sobre a cidade de Setúbal, o jogo vivia ao sabor do futebol directo da equipa da casa, que procurava tirar partido das movimentações dos atacantes sadinos, sempre muito ativos lá na frente.

E aos 20 minutos a estratégia quase dava resultado. Zequinha tentou o chapéu após um saída desastrosa de Douglas, mas Kanu tirou em cima da linha de golo.

Poucas ocasiões no primeiro tempo mas, ainda assim, sinal mais para a equipa da casa, a quem faltou algum discernimento na «hora H».

Visitantes melhores no segundo tempo, mas...

Troca de papéis na segunda parte, com os homens de Rui Vitória a regressarem dos balneários descomplexados. Os minhotos apertavam o cerco à baliza do alemão Lukas Raeder, mas estiveram sempre desajeitados no capítulo da finalização. Aos 59, Areias serviu Crivellaro, que em boa posição rematou rasteiro, mas ao lado.

Até que, numa das poucas incursões dos sadinos à área minhota, Moreno tocou com o braço na bola. João Capela viu tudo e assinalou penálti. Chamado a bater, João Schmidt abriu a contagem numa altura em que a equipa da casa estava mais preocupada em suster o ímpeto ofensivo dos vimaranenses.

Bastaram cinco minutos para que os poucos adeptos presentes no Bonfim voltassem a festejar. Novo penálti a favorecer os sadinos, agora por mão de Luís Rocha, com o lateral esquerdo a ver o segundo amarelo e a desfalcar os visitantes, que estariam quase 20 minutos em inferioridade numérica.

Pelkas bateu à Panenka, devagar (talvez até demais), mas Douglas caiu para o lado contrário. Estava feito o 2-0 a 15 minutos do final do encontro.

O jogo ficou partido, com a equipa da casa a preocupar-se mais em defender os três pontos e a apostar no contra-ataque e com o golo a poder cair para qualquer um dos lados.

Não caiu e o 2-0 manteve-se até final, resultado que mantém os sadinos na luta pelo apuramento para a meias-finais da Taça da Liga, ao contrário dos minhotos, que, com zero pontos, estão afastados da prova.

No duelo entre «Vitórias», prevaleceu o de Setúbal. À lei do castigo máximo.