O Benfica garantiu o terceiro lugar da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa ao bater o Belenenses no desempate por grandes penalidades (6-5) depois de um longo bocejo de hora e meia com um futebol de fraca qualidade. O Benfica «desviou» as principais estrelas deste torneio e jogou com a equipa B, mas Van der Vaart tem maiores motivos de preocupação. Dois jogos e poucos sinais positivos de uma equipa que se prepara para regressar ao escalão principal.

Uma verdadeira razia no Benfica e as segundas opções do Belenenses proporcionaram um espetáculo sofrível entre duas equipas pouco motivadas para lutar pelo terceiro lugar desta competição. Jorge Jesus dispensou Melgarejo, Jardel, Sílvio (expulso frente ao Sporting), André Gomes, Mitrovic, Urreta, Ola John e Rodrigo. Sobrou apenas Roderick e os jogadores da equipa B, com apenas quatro opções no banco de suplentes. Van der Gaag também apresentou um onze totalmente diferente daquele que perdeu com o Estoril, com apenas João Afonso e Diakité a repetirem a titularidade.

A um ritmo demasiado baixo, os dois conjuntos não conseguiram transmitir um pingo de emoção para as bancadas desertas do António Coimbra da Mota. Harramiz, que na véspera marcou ao Sporting, foi o jogador mais adiantado do Benfica, com o apoio de Filip Markovic (irmão do outro Markovic), Ruben Pinto e Sancidino Silva (um dos melhores em campo). O Belém apresentou um dispositivo idêntico, com Tiago Caeiro destacado na frente, com o apoio de três jogadores nas suas costas: o reforço Adilsol, Tomás Costa e Fábio Sturgeon.

A equipa do Restelo contou apenas com dois remates, ambos do reforço Paulo Jorge, na marcação de livres, enquanto o Benfica não fez melhor, com Ruben Pinto a atirar por cima da trave e Markovic a atirar cruzado para uma grande defesa de Filipe Mendes. De resto, mais nada a merecer destaque nesta primeira parte, tirando os muitos bocejos das bancadas.

A segunda parte não foi muito melhor. Van der Gaag, com doze opções no banco, procurou abanar o jogo com as entradas de Fernando Ferreira, Ricardo Alves e Diawara, o Belenenses passou a ter mais bola, mas manteve as mesmas dificuldades em criar oportunidades. O Benfica procurava responder em contra-ataque, mas só o conseguiu fazer por uma vez, por intermédio de Filip Markovic, com eficácia. O jogo nunca mereceu um golo e o vencedor estava destinado a decidir-se nas grandes penalidades.

Mesmo na lotaria das grandes penalidades, foram precisos treze pontapés para encontrar o vencedor. Foi o Benfica mais feliz.

FICHA DO JOGO

Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril

Árbitro: Pedro Silva (Lisboa)

Auxiliares: Martinho Amaro e David Duarte

Quarto árbitro: Daniel Santos

BENFICA (4x2x3x1): Paulo Lopes, Nélson Semedo, Roderick, Wei Huang e Bruno Gaspar; Lindelof e Uros Matic; Filipe Markovic (José Silva, 76m), Ruben Pinto (Clésio Bauqué, 71m) e Sancidino Silva; Harramiz (Deyverson, 76m).

BELENENSES (4x2x3x1): Filipe Mendes; Paulo Jorge (Duarte Machado, 62m), André Teixeira, João Afonso e Daniel Martins; Diakité (Fernando Ferreira, 46m) e Eggert Jonsson (Ricardo Alves, 46m); Adilson, Tomás Costa (Fredy, 62m) e Fábio Sturgeon; Tiago Caeiro (Diawara, 46m).

Disciplina: cartão amarelo a Duarte Machado (77m).

Resultado final: 0-0 (6-5 nas grandes penalidades).