Com dois golos de Gundogan, um deles histórico, contra um de Bruno Fernandes, o Manchester City venceu o vizinho United no Estádio de Wembley, em Londres, e juntou a Taça de Inglaterra à Liga Premier, ficando agora a apenas um jogo de completar aquilo que os ingleses chamam o «treble», uma tripla de troféus a que só falta adicionar a Liga dos Campeões. A equipa de Old Trafford foi a única, até ao momento, a conseguir a tal tripla, mas a equipa de Pep Guardiola pode agora igualar a marca de Alex Ferguson, a 10 de junho, quando defrontar o Inter de Milão na final de Istambul.

Confira a FICHA DO JOGO

Uma final inédita, com os dois vizinhos a cruzarem-se pela primeira vez numa final da histórica competição inglesa, que começou com um golo histórico, a marcar desde logo o jogo. Foram precisos apenas treze segundos para Gundogan assinar o primeiro golo do jogo. Foi o alemão que deu o pontapé de saída, com um passe atrasado para Ortega que, por sua vez, colocou na frente. Haaland ganhou nas alturas e Gundogan, já à entrada da área, fuzilou De Gea com um remate de primeira. A festa começava em tons de azul.

Um golo madrugador que acentuou ainda mais o já esperado domínio da equipa de Pep Guardiola que, em vantagem, controlou o jogo com uma elevada posse de bola que chegou a rondar os setenta por cento. Os azuis rodavam a bola, com um futebol apoiado, ao primeiro toque, com o United a correr atrás dela. O City podia ter, inclusive, aumentado a vantagem nos minutos que se seguiram ao golo, com o United perdido em campo. Rodri cabeceou ao lado, Haaland rematou à figura e De Bruyne atirou a rasar o poste.

O United, com Bruno Fernandes no papel de capitão, procurava reagir por um corredor central demasiado congestionado, com Sancho e Rashford sem conseguir entrar no jogo, mas o United tanto insistiu que acabou por ser bem-sucedido, num lance que começa precisamente num passe em profundidade do português para a entrada de Bissaka na área. O lateral controlou de cabeça e a bola foi à mão de Grealish que acompanhava o defesa. O jogo ainda prosseguiu, mas o VAR acabou por alertar o árbitro que, depois de rever as imagens, apontou mesmo para a marca dos onze metros. Bruno Fernandes, ao seu estilo, deu um saltinho e atirou a contar. Estava feito o empate, agora com festa vermelha nas bancadas, onde se viram algumas bandeiras portuguesas.

Um golo que fez bem ao United, que serviu para carregar confiança e permitiu ao conjunto de Ten Hag equilibrar o jogo até ao intervalo. Bernardo Silva saiu, a caminho dos balneários, a conversar com o árbitro e Bruno Fernandes colou-se ao companheiro de seleção para ouvir a conversa.

Outra vez Gundogan de primeira…

O United até entrou melhor no segundo tempo, mas voltou a esquecer-se de Gundogan e o capitão do City não perdoou. Um segundo golo do alemão que resulta de um livre de De Bruyne, sobre a direita, com Gundogan a rematar, mais uma vez, de primeira, para as redes de De Gea. Guardiola festejou na lateral, o United voltava a correr atrás do prejuízo.

Voltava a repetir-se o quadro da primeira parte, com o City com uma posse de bola crescente, a controlar por completo a partida. Erik tem Hag prescindiu de Eriksen, muito apagado, e tentou abanar o jogo com Garnacho. Rashford compreendeu a mensagem e com um remate de fora da área ficou a centímetros de novo empate. Logo a seguir, Gundogan chegou a festejar o hat-trick, numa recarga a um remate de Haaland, mas desta vez o alemão estava claramente adiantado e não valeu. O jogo estava mais aberto e Garnacho também ficou a centímetros do empate.

A verdade é que o tempo estava a correr para o final com o City em vantagem e Ten Hag prescindiu de Sancho, outro jogador muito apagado esta tarde, para lançar o possante Weghorst para a frente da baliza de Ortega. O treinador neerlandês lançou ainda McTominay, mas, mais uma vez, era o City que voltava a ter a bola e não a emprestava ao vizinho.

Com um ou outro sobressalto, com destaque para uma oportunidade de McTominay, a equipa de Guardiola controlou a vantagem mínima e acabou por reclamar o troféu que lhe permite continuar a correr para o «treble». Falta apenas a Liga dos Campeões, marcada para o próximo sábado, frente ao Inter Milão.