Quinze anos depois, o mesmo final numa história diferente entre Estrela da Amadora e Operário, dos Açores. Os da Reboleira venceram, mas devem ter levado um valente puxão de orelhas ao intervalo, pois até então os visitantes deram conta do recado.
O Operário fez jus ao nome e veio à Reboleira mostrar trabalho. Numa primeira parte sem grandes ocasiões de golo, foram os açorianos que demonstraram melhores ideias. Esquematizada num 4-3-3, a equipa orientada por Agatão, esse mesmo, ex-jogador do E. Amadora, teve em James e Lucas os principais mentores do bom que se viu nos 45 minutos iniciais.
Do outro lado, Lito Vidigal tinha avisado para a maior motivação dos emblemas dos escalões inferiores, mas parece que quase ninguém o ouviu no balneário dos amadorenses. Não basta ser apenas equipa da I Liga, é também necessário parecê-lo, coisa que o Estrela não conseguiu durante todo o primeiro tempo.
Entre o minuto um e o 45º apenas um par de situações para cada lado, mas sempre o Operário mais ameaçador e, não fora a pontaria desafinada, os açorianos tinham ido para o descanso a vencer.
Mais vontade e Ndiaye
No recomeço, o Estrela veio com outra vontade e, ainda que de pouca dura, serviu para chegar ao 1-0. Após várias bolas paradas, Fernando Alexandre aproveitou uma boa posição para atirar à baliza. De livre, o médio fez o golo, com a ajuda de uma tabela num defesa do Operário.
Os açorianos tentaram discutir o resultado, mas não ameaçaram Filipe Mendes como no primeiro tempo. Ndiaye tinha sido lançado no início da segunda parte e, mais uma vez, provou que é opção a ter muito em conta. Aproveitou um ressalto na área, fez o 2-0 e acabou a discussão quanto ao vencedor da eliminatória. Tal como há quinze anos, o Estrela elimina o Operário da Taça de Portugal, desta vez sem prolongamento.
Ficha de jogo
Estádio: José Gomes, na Reboleira
Árbitro: Lucílio Baptista (Setúbal)
E.Amadora: Filipe Mendes; Hugo Gomes, Mustafa, Hugo Carreira e Nélson; Fernando Alexandre, Jardel, Marco Paulo (Ndiaye, 51) e Celsinho (Garavano, 86); Anselmo (Teti, 78) e Silvestre Varela.
Suplentes não utilizados: André Marques, Filipe Figueiró, Rui Varela, e Goianira.
Treinador: Lito Vidigal
Operário: Serrão; Luís Soares, Filipe Duarte, Hugo Grilo e Jorge Peixoto; Bruno Melo (Cláudio Abreu, 83), Ricardo Santos (Cordeiro, 66) e Lucas; Nuno Lopes (Amaral, 75), James e Fabrício.
Suplentes não utilizados: Gustavo e Fábio Pires.