Estranhamente ou não o Nacional tremeu naquela que era a sua partida decisiva. Os jogadores de Manuel Machado entraram mal e, depois de conseguirem igualar a eliminatória, deitaram tudo a perder, com uma grande penalidade cometida ao minuto 90. Pedrinha que já tinha marcado a primeira, não perdoou, e voltou a bater Bracalli. Foi o gelar da Choupana.

A festa foi feita pelos escassos adeptos pacenses. Logo à noite a festa prossegue na «capital do móvel». Com este triunfo, e se o F.C. Porto cumprir a sua obrigação - chegar à final e ser campeão - os pupilos de Paulo Sérgio atingem a UEFA. Com justiça, diga-se.

Manuel Machado avisou que o seu Nacional tinha apenas meio golo de vantagem. E o técnico dos madeirenses parecia adivinhar. É que o Paços de Ferreira surgiu na Choupana atrevido num 3x4x3 e conseguiu colher frutos na fase inicial da partida, mesmo tendo perdido Dedé, logo aos seis minutos, por lesão. Mas seria o seu substituto a estar na origem do primeiro golo, pois Pedrinha desferiu um remate potente em frente a Nuno Pinto e este protegeu a cara com o braço e a bola bateu no antebraço. Olegário Benquerença não teve dúvidas e marcou grande penalidade, que o próprio Pedrinha se encarregou de transformar, aos 15 minutos. Bracalli adivinha o lado e ainda tocou a bola.

Os locais acusaram o toque e mal tiveram tempo para se reorganizar. Quatro minutos depois, mais uma falha de marcação de Nuno Pinto e, após um bom cruzamento de Jorginho, Rui Miguel surge sozinho a rematar de primeira e sem hipótese para o guarda-redes alvinegro. Balde de água fria na Choupana, numa tarde com muito sol e calor.

Depois, o jogo aqueceu e Benquerença mostrou muitos amarelos (a seis jogadores e ao técnico Paulo Sérgio).

Machado mexeu na sua equipa. Fez entrar Juliano, retirando um médio mais defensivo, Leandro Salino. A turma da Madeira acordou e começou a pressionar. Ao minuto 31, Ruben Micael podia isolar-se, mas viu ser assinalado (mal) um fora de jogo. Após um livre de Micael, aos 35 minutos, Maicon cabeceou para grande defesa de Cássio.

Dando expressão ao maior domínio e um certo recuar dos pacenses, o Nacional chega ao golo, ao minuto 39, com um bom trabalho de Nuno Pinto, que cruza, para surgir Luís Alberto a empurrar ao segundo poste. Só dava Nacional e a pressão aumentou. Mas a pontaria não. E Mateus e Ruben Micael poderiam ter feito melhor já quase em tempo de intervalo.

Pedrinha gela Choupana

E se os alvinegros começaram mal, no recomeço tudo mudou. Logo ao minuto 46 chegaram ao empate com mais um bom trabalho de Nuno Pinto, que cruzou para Mateus empurrar de cabeça quase sobre a linha de baliza. Estranhamente a partida acalmou e as duas equipas encaixaram e não criaram perigo para os guarda-redes. Até que aos 80 minutos Maicon escorregou e André Pinto levou a melhor, rematando ao lado com muito perigo.

A resposta dos locais surgiu aos 83 minutos, com um passe de Mateus para Nené. Mas o goleador sem inspiração, rematou por alto. Rui Miguel foi egoísta aos 89 minutos pois num lance de contra-ataque com colegas em melhor posição preferiu o remate de longe e fácil para Bracalli.

A desilusão aconteceu já em cima do minuto 90. Num lance inexplicável, Cristiano passou por Nuno Pinto, Ruben Micael e Felipe Lopes derrubou-o. Grande penalidade que Pedrinha não falhou.