Saiu o Euromilhões ao Estrela da Amadora, conforme dissera de véspera o presidente do clube. Os amadorenses vão defrontar o F.C. Porto na meia-final da Taça de Portugal, deixando ainda Manuel Cajuda em apuros no Vitória de Guimarães. E tudo, ou quase, graças a um só jogador: Silvestre Varela.
Não foi à toa que o treinador do V. Guimarães passou a partida quase toda em pé. Os resultados recentes não o têm deixado descansar, muito menos o desempenho da equipa. E pior ficou depois de uma primeira parte inquietante da equipa vimaranense.
Manuel Cajuda tinha quebrado o blackout a que se submeteu para pedir o apoio do público vimaranense. Mas os adeptos não corresponderam em grande número e depois da primeira parte, talvez alguns quisessem regressar a casa.
A verdade é que os 45 minutos iniciais foram demasiado pobres. O Vitória entrou como devia, a tentar pegar na partida, uma vez que jogava em casa e tem argumentos que o Estrela não possui. Ainda assim, com o passar do tempo, percebeu-se que a tarde/noite não ia ser de grandes exibições.
Tanto assim é que a primeira parte pode resumir-se a isto: um bom remate de Desmarets, de fora da área e para boa defesa de Nelson; uma oportunidade clara de golo para Marquinho, com o guarda-redes tricolor a salvar os amadorenses e uma única tentativa do E. Amadora de alvejar a baliza de Serginho.
O resto foi passar tempo em vão, sempre com o Vitória a tentar qualquer coisa, mas sem criar nada, tal como o Estrela.
Mais E. Amadora, ou mais Varela
Os visitantes entraram mais ofensivos no segundo tempo. Aliás, fizeram mais em dez minutos que em todos os 45 iniciais. Ainda assim, foram inconsequentes as tentativas de entrar na área vimaranense.
Do outro lado, Cajuda demorou apenas seis minutos para perceber que o Vitória tinha de mudar alguma coisa. O técnico lançou Santana, mas quem aparecia no jogo era Silvestre Varela, a comandar o ataque do Estrela.
Os amadorenses estavam bem melhor que na primeira parte e, sobretudo, melhor que o adversário. Varela contagiava os companheiros e Pedro Pereira tentou na direita, o que o camisola 29 fizera na esquerda, ou seja, abrir a defesa vitoriana.
Olhando a partida, o prolongamento parecia muito provável de acontecer. Apenas podia ser adiado por uma falha ou um momento de brilhantismo de algum dos protagonistas. E a haver alguém, esse teria de ser Silvestre Varela. O 29 do Estrela bateu Nuno Santos aos 83 minutos e ditou a sentença.
Em resumo, Cajuda ouviu mais assobios, depois de ter apanhado um Estrela que impacientou o Vitória e que na segunda parte foi bem melhor. Assim, o emblema da Amadora vai ao Dragão e o presidente António Oliveira lá ganhou o Euromilhões. Pelo menos, à sua maneira.
FICHA DE JOGO
Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães
Árbitro: Jorge Sousa, do Porto
Auxiliares: José Ramalho e José Luís Melo
4º árbitro: Hugo Pacheco
V. Guimarães: Serginho (Nuno Santos, 67); Andrezinho (Santana, 51), Gregory, Moreno e Milhazes; Flávio Meireles (Roberto, 73) e João Alves; Luís Filipe, Nuno Assis e Desmarets; Marquinho.
Suplentes não utilizados: Custódio, Danilo, Fajardo e Lionn
E. Amadora: Nelson; Hugo Gomes (Nélson Pedroso, 90), Nuno André Coelho, Tengarrinha e Ney Santos; Fernando Alexandre, Pedro Pereira (Celsinho, 77), Goianira e Jardel; Anselmo (Hugo Carreira, 88) e Silvestre Varela
Suplentes não utilizados: André Marques, Marco Paulo, Rui Varela e Vítor Vinha
Ao intervalo:0-0
Marcadores:0-1, por Silvestre Varela (83m)
Disciplina: Cartão amarelo a Hugo Gomes (24m), Pedro Pereira (29m), Andrezinho (40m), Flávio Meireles (57m), Celsinho (90m) e Roberto (90)