A FIGURA: Rúben Ribeiro

Tirem-lhe dez anos na certidão de nascimento e mantenham a qualidade. Para (ainda) jogar muitos e bons anos. Para bem do futebol, claro. Época mais que regular, a complementar a ideia de jogo de Miguel Cardoso com criatividade, rasgos individuais para boa parte das ocasiões dos vilacondenses. Esta noite não foi exceção. Apagado por instantes após o intervalo, mas quem é vivo sempre aparece. E assim foi: golaço para o 2-1 e um resto de jogo sublime. Da defesa ao ataque.

O MOMENTO: Guedes, o ponto final (94’)

O lance decisivo sai do banco - por Nadjack e Barreto - e acaba num herói, porventura, improvável: Guedes. Nadjack acreditou até à linha de fundo, Seferovic ficou fora do lance e a bola acabou em Barreto. O colombiano, após livrar-se de Fejsa, rematou contra Jardel e o avançado beneficiou do ressalto. Toque subtil no coração da área e o golo determinante.

OUTROS DESTAQUES

Jonas: é costume dizer-se que os avançados vivem de golos e Jonas dá corda a essa máxima. Na sombra de um jogo equilibrado, um pontapé à meia volta respondeu a um nulo que teimava em manter-se até ao intervalo. Até está na origem da grande penalidade a favor do Benfica… mas o próprio viu Cássio defender.

Cássio: um dos homens de proa de um jogão em Vila do Conde. Se na primeira parte acabou batido no único lance de registo, destacou-se na segunda com um punhado de grandes defesas: inclusive a parada soberba ao penálti de Jonas. No prolongamento, um voo espetacular nega o 3-3 a Seferovic para carimbar o Rio Ave nos «quartos» da Taça.

Luisão: salvou o Benfica mais cedo do que, em suma, acabaria por ser o adeus à prova rainha. Deu corpo a um Benfica que não desistiu na sombra do resultado. A saída forçada por lesão deixou o Benfica com dez no prolongamento, duro revés para o patrão na defesa.

Yuri Ribeiro: emprestado pelas águias, pôde defrontar o Benfica por tratar-se da Taça de Portugal e abriu o livro com uma primeira parte audaz, ativo no auxílio do ataque pela esquerda. A progressão no terreno criou dificuldades a André Almeida, que poucas vezes conseguiu travar cruzamentos perigosos do internacional sub-21 para a área. Mesmo que o golo sofrido, na primeira parte, tenha partido do seu corredor defensivo.

Chico Geraldes: primeira parte apagada. Apareceu pouco, pecando por não soltar bola com mais rapidez. Um contraste, diga-se, quase total com um segundo tempo decisivo. Serviu Lionn com delícia e primor para o 1-1, partindo os rins à defesa encarnada. A partir daí, soltou-se, teve brio a manter a posse de bola. E repetiu a dose do lance do empate, ao assistir, então, Rúben Ribeiro para a reviravolta no 2-1.

Salvio: jogo consistente do argentino do Benfica. Um dos melhores da equipa de Rui Vitória, certo na tomada de decisão pela ala direita do ataque.

Krovinovic: entre Fejsa e Pizzi, o que mais serenidade e certeza deu ao meio campo dos encarnados.

Guedes: é talvez o herói improvável na decisão final do resultado. Um golo às três tabelas, a beneficiar de uma interceção de bola em Jardel após jogada de Barreto. Mas é avançado, fez o que lhe apraz e encostou na área para o golo que coloca o Rio Ave nos «quartos».