O segredo estava no meio. O Sporting dissecou a ineficácia de mais de uma hora em dois minutos, à lei do rasgo e da potência. Wendel e Bruno Fernandes tiveram engenho e pontaria aos 64 e 66 minutos e o leão agarrou as meias-finais da Taça de Portugal, carimbadas com dois grandes golos.

Vem aí dérbi da Segunda Circular e a Taça vai mesmo ser dos ditos grandes. Aliás, os semifinalistas da prova rainha coincidem com os da Taça da Liga. Se superioridade teórica existia, ela foi posta na prática no Marcolino de Castro. Mas o nulo subsistiu muito tempo. Tanto que a pressão leonina virou intranquilidade. O coletivo não resultou e foi o individual a resolver de súbito.

O leão entrou de garras afiadas, mas sem o calibre necessário. Nem sempre intenso, porém pressionante, assumiu a responsabilidade do jogo desde início. Remeteu o Feirense para o seu meio campo e raramente dali o deixou sair. Mas o tempo mostrou também uma equipa presa no capítulo da eficácia.

Isto, claro está, sem contar com o golo anulado a Bas Dost, por falta sobre Nascimento, aos 34 minutos.

Até aí, já muito o leão tinha desperdiçado e atacado. Diga e Tiago Gomes tiveram dificuldades para travar investidas de Raphinha ou Bruno Fernandes. E as constantes incursões de Acuña e Ristovski foram sinónimo de mais problemas.

Feirense-Sporting: os destaques do jogo

Foi valendo, na baliza do Feirense, um Bruno Brígido inspirado. No primeiro quarto de hora, encaixou um remate de Nani e outro de Wendel, voltando a ganhar o duelo ao compatriota com uma saída corajosa da baliza (21m). Em cima do intervalo, manteve o 0-0 com um dois em um, a negar o remate a Bruno Fernandes e a recarga de Bas Dost.

O Feirense, tímido, escondido e com dificuldade em expor jogo, só lá chegava em lances de bola parada. Mesmo assim, sem poder. As transições acabavam na antecipação da subida defesa verde e branca.

Só quando Nuno Manta trocou os extremos é que o Feirense ganhou profundidade e concretização ofensiva. Em escassos minutos, até ao intervalo, os fogaceiros aproveitaram algum balanceamento do Sporting no ataque e Salin negou o golo a Valencia, na sequência de um canto. Aí começava uma exibição notável do francês.

Feirense-Sporting: ficha e filme do jogo

A resposta súbita deixou o leão algo intranquilo e com dúvidas. Estava refém de si mesmo. Pecador na finalização.

Pior do que o falhanço de Bas Dost, aos 51 minutos, era praticamente impossível. Depois, foi Nani, por duas vezes: uma de cabeça, outra num remate com a baliza à mercê.

Foi preciso um lance de génio de Wendel, num remate em arco, ligeiramente desviado em Valencia. E uma ‘bomba’ de Bruno Fernandes. Assim explodiu o marcador e a gestão do Sporting na vantagem.

Deu ainda para estrear Luiz Phellype e o brasileiro quase fez golo na estreia, não fosse o poste negá-lo.

Depois, sobressaiu Salin: fechou a baliza a Valencia e a Crivellaro e voltou a ganhar o duelo ao colombiano em cima da hora. Baliza a zeros, dois golaços e encontro com o Benfica à porta do Jamor.

O resumo do jogo: